57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

LEISHMANIOSE VISCERAL HUMANA: ANÁLISE DA SÉRIE HISTÓRICA NO BRASIL, PARÁ E SUL DO PARÁ.

Introdução

Distúrbios ecológicos como o desmatamento, as consequentes mudanças na demografia humana, no desenvolvimento comercial e alterações climáticas foram acompanhados por aumentos globais da morbimortalidade de doenças parasitárias emergentes, dentre las as Leishmanioses (PATZ et al. 2000).
A Leishmaniose visceral (LV) é causada pelo protozoário Leishmania chagasi que é transmitido pela picada do flebótomo (Lutzomyia longipalpis) infectado com o parasita. O principal reservatório do parasita no meio urbano é o cão doméstico. A LV é endêmica em 76 países, 12 deles no continente americano. Na América Latina, o Brasil responde por 90% de todos os casos registrados (Ministério da Saúde, 2020).

Objetivo(s)

Apresentar dados do panorama mais atual da LV no Brasil, no estado do Pará e no município de Marabá.

Material e Métodos

As informações foram obtidas através do banco de dados do Departamento de Informática do SUS (Datasus). Analisados e compilados dados em escala nacional (1980 a 2020), no estado do Pará (1990 a 2020), e no município de Marabá (2009 a 2020).

Resultados e Conclusão

Entre 1980 e 2017, o Brasil apresentou tendência de aumento no número de casos notificados de LV e queda nos anos seguintes. Mudanças no padrão de transmissão foram observadas, antes de ambiente silvestre e rural, cresceu nos municípios brasileiros na década de 80.
No Pará, os registros apontam aumento no número de casos. Em 1990, 22 casos foram notificados, em 2017, 512. Em 2005, a incidência teve pico. Em 2017, aumento expressivo acompanhado de queda nos anos seguintes, e 2020 atingiu a menor marca desde 2002. A letalidade aumentou até 2005, seguido de queda até 2012 (menor taxa desde o início dos registros).
Marabá apresentou casos notificados a partir de 2009. O município registrou o menor número no ano de 2011 e 2014 com apenas 1 caso confirmado e um grande quantitativo de registros a partir do ano de 2015, atingindo números expressivos em 2016 e 2017 com 92 e 90 casos registrados, respectivamente.
Concluimos que a LV é um importante problema de saúde pública devido sua ampla distribuição, alta incidência e importante letalidade. A indisponibilidade de informações a respeito da epidemiologia da doença é um problema para tomada de decisões no âmbito das políticas públicas. Aspectos biológicos, ambientais e sociais fazem com que a doença seja dificilmente controlada e se espalhe de forma preocupante em todo o território brasileiro, pondo em questão os métodos de controles até agora implementados.

Palavras-chave

Doenças tropicais; Leishmaniose; DATASUS

Área

Eixo 06 | Protozooses

Autores

ALINE CORREA CARVALHO, GLAUCIELEN GOMES SILVA, RAQUEL PORTELA SILVA, GABRIEL NAVA ALVES, GABRIELA LORRAINE DUTRA WAMBERGUE, ALEXANDRE VIEIRA BARBOZA