57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL DOS CASOS DE DENGUE NO PIAUÍ ANTES DA PANDEMIA DE COVID-19.

Introdução

Objetivo(s)

O presente estudo tem como objetivo caracterizar o perfil espaço-temporal dos casos de dengue ocorridos no Estado do Piauí no período que antecede a pandemia de covid-19, de 2015 a 2019.

Material e Métodos

Foi realizada uma análise espaço-temporal de dengue no Piauí entre os anos de 2015 a 2019 usando dados secundários obtidos pelo portal do Departamento de informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A base populacional e cartográfica foram obtidas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Após a coleta os dados foram calculados as taxas de incidência bruta e também a taxa suavizada através do estimador bayesiano global por 100 mil habitantes para todos os anos de estudo segundo microrregião do IBGE. Após análise anual, identificou-se os anos epidêmicos que foram usados na análise espacial para verificar a autocorrelação espacial por meio do Índice Global de Moran I e taxa bayesiana local. Todas as análises foram realizadas nos programas QGIS v. 3.10 e GeoDa.

Resultados e Conclusão

Os resultados mostram que durante os cincos anos de estudo houve dois picos epidêmicos, um em 2015 e outro em 2019. Em 2015, os picos de incidência concentraram-se nas microrregiões de Teresina (505,52), Picos (294,19) e São Raimundo Nonato (156,55); nos anos seguintes Teresina segue mantendo sua alta incidência, mas outras regiões como Alto Parnaíba (166,13) e Alto Médio Canindé (168,09) em 2016 e Floriano (206,49) em 2017 também apresentam altas taxas de incidência, onde observa-se uma distribuição bem heterogênea da incidência de dengue no Estado. O Índice de Moran Global dos anos epidêmicos foram de -0,268 em 2015 e 0,187 em 2019. Ao analisarmos as taxas suavizadas dos anos epidêmicos nota-se alta concentração de casos em microrregiões específicas como em Teresina e Picos em 2015, estas possuem grande adensamento populacional e fluxo de pessoas, e em 2019 mantém-se alta concentração em Teresina e Picos, mas expande-se para o extremo Sul do Estado, como em Chapada do Extremo Sul Piauiense, Alto Médio Gurgueia, Alto Parnaíba Piauiense, Bertôlania e São Raimundo Nonato. Os resultados apontam que embora a autocorrelação tenha sido baixa, a incidência da doença está correlacionada espacialmente e indica as áreas de maior risco onde ações estratégicas de vigilância para prevenção e controle do agravo devem ser implementadas.

Palavras-chave

Dengue. Geoprocessamento. Análise Espaço-Temporal.

Área

Eixo 08 | Arboviroses

Autores

Ramila de Alencar Sousa, Andréa Sobral de Almeida