57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

MALÁRIA NO DISTRITO FEDERAL: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA DOENÇA NO PERÍODO DE 2010 A 2019

Introdução

A malária é a endemia parasitária mais importante do mundo, causada pelos protozoários do gênero Plasmodium sendo transmitida por mosquitos do gênero Anopheles. No Brasil, aproximadamente 99% dos casos ocorrem na Região Amazônica. O Distrito Federal não é considerado área endêmica de transmissão da doença, entretanto, registra todos os anos um número significativo de casos importados de outras regiões do país e de outros países.

Objetivo(s)

O objetivo deste estudo foi analisar o perfil dos casos de malária diagnosticados no Distrito Federal no período de 2010 a 2019.

Material e Métodos

A epidemiologia da malária no Distrito Federal foi analisada a partir de dados secundários disponíveis no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), de 2010 a 2019.

Resultados e Conclusão

Foram confirmados 316 casos notificados de malária no Distrito Federal nesse período, sendo 314 importados e 2 casos autóctones. A proporção de positividade nesse período ficou em 22,08%. A malária por Plasmodium vivax foi a mais frequente (65,82%) e o Laboratório Central do Estado (Lacen) a unidade de saúde que mais notificou casos (105). A maioria dos casos confirmados foram em indivíduos do sexo masculino (71,84%) e na faixa etária de 30 a 39 anos. A maioria dos casos importados tinha como prováveis estados de infecção o Amazonas (15,82%), Rondônia (10,76%) e Pará (10,13%) e 45,57% foram importados de fora do país, sendo 15,28% da Somália, 13,89% da África do Sul e 10,42% da Guiana. Observou-se que 179 (56,65%) pacientes levaram de 24 horas a uma semana a partir do início dos sintomas para realizar o diagnóstico e para 228 (72,15%) pacientes, o tratamento iniciou entre 48 horas e 60 dias de sintomas. A letalidade da doença no Distrito Federal ficou em 2,22%. As ações que promovam o diagnóstico e o tratamento precoces da malária são fundamentais para melhorar o prognóstico e diminuir a letalidade da doença, principalmente em locais fora da Região Amazônica, como o Distrito Federal. A vigilância ativa da malária, mesmo em locais onde a doença não é endêmica, é de grande importância para um diagnóstico e início de tratamento oportuno, evitando não somente casos graves e óbitos por malária, mas também a importação do Plasmodium e a introdução de casos autóctones em locais onde a transmissão está controlada, comprometendo o alcance da eliminação da doença no Brasil.

Palavras-chave

Malária; Epidemiologia; Distrito Federal.

Área

Eixo 06 | Protozooses

Autores

Gilberto Gilmar Moresco, Adriana Aparecida Almeida Moresco, Maria Paula Amaral Zaitune