Dados do Trabalho

Título

PRODUÇÃO SOCIOAMBIENTAL DA LEISHMANIOSE VISCERAL HUMANA EM DOIS MUNICÍPIOS DO ESTADO DO PARÁ, BRASIL, AMAZÔNIA ORIENTAL

Introdução

A leishmaniose visceral humana é uma doença parasitária considerada um grave problema de saúde pública. O estado do Pará, têm apresentado historicamente condições socioeconômicas e ambientais que facilitam o estabelecimento da doença.

Objetivo(s)

Analisar a distribuição espacial da leishmaniose visceral humana e sua relação com variáveis sociodemográficas e ambientais nos municípios de Tomé Açu e Acará, do estado do Pará, no período de 2011 a 2020.

Material e Métodos

Nesse estudo transversal e ecológico os dados epidemiológicos foram obtidos na Secretaria de Estado de Saúde Pública, os ambientais no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e os econômicos no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Os resultados foram confirmados e georreferenciados em campo. Na estatística descritiva foi aplicado o teste Qui-quadrado. Para classificação do uso e cobertura da terra e análise espacial de Kernel e Moran, foi utilizado o software Arcgis 10.5.1.

Resultados e Conclusão

Resultados: Foram confirmados 216 casos da doença, sendo 125 em Tomé Açu e 91 em Acará. O perfil mais acometido foi o sexo masculino, menores de 12 anos, pardos, sem aplicação de escolaridade, moradores rurais com esplenopatomegalia e confirmação sorológica. Também foi observado que a entrada de casos novos com sintomas inespecíficos e evolução para a cura foram os mais expressivos. A doença apresentou distribuição não homogênea, com densidade de casos muito alta nos dois municípios. Foi evidenciado uma relação direta entre as áreas com casos da doença e de desflorestamento associado ao uso e cobertura da terra, relacionados a urbanização e a agropecuária. Conclusão: Foram observadas diferentes relações entre as variáveis ​​estudadas e a ocorrência da doença. O expressivo quantitativo de casos sugere a presença de uma dinâmica multifatorial associada às características ambientais, socioeconômicas e demográficas que favorecem a cadeia de transmissão da doença nesses municípios. Ressaltamos a necessidade da elaboração de políticas públicas sustentáveis que busquem compreender de forma sistêmica a cadeia de transmissão da doença nesses territórios.

Palavras-chave

Leishmaniose; Desenvolvimento; Ambiente; Análise espacial