Dados do Trabalho

Título

PANORAMA DA DOENÇA DE CHAGAS AGUDA NO PARÁ ENTRE 2007 E 2019.

Introdução

Doenças veiculadas por alimentos (DVA) são propagadas através de agentes físicos, químicos ou biológicos. Doença de Chagas é uma DVA de origem tropical, que tem como agente etiológico o hemoprotozoário flagelado Trypanosoma cruzi. Esta antropozoonose apresenta curso clínico bifásico, composto por fase aguda e crônica. Na doença de Chagas Aguda (DCA), a caracterização clínica é representada por parasitemia.

Objetivo(s)

Identificar o panorama da DCA no estado do Pará durante o período de 2007 a 2019.

Material e Métodos

Estudo transversal, descritivo e retrospectivo, com a utilização de dados secundários de consulta pública sobre casos de DCA disponibilizados publicamente de forma online no Sistema de Informação e Agravos de Notificação. Considerando os seguintes aspectos: número total de casos, forma de transmissão, estado de infecção, gênero, raça, faixa etária e sazonalidade mensal. Para organização e cálculos foram usados o software Microsoft Office Excel 2016, sendo as variáveis utilizadas: média, desvio padrão, porcentagens e taxa de incidência.

Resultados e Conclusão

No Pará, foram registrados 2.426 casos de contaminação por DCA, com uma média de aproximadamente 162,62±81,62; 87,25% e taxa de incidência de 31. O gênero mais acometido foi o masculino com 1.302 casos (100,15±47,31; 53,74%) em relação ao feminino com 1.121 (86,23±38,91; 46,26%). A raça mais acometida foi a parda com 1.909 casos (146,85±81,52; 78,79%). A faixa etária mais acometida estava entre 20 e 39 anos de idade, com 820 casos (63,08±32,32; 33,84%). O principal meio de transmissão foi por via oral, com 1.875 casos (144,23±85,38; 77,38%). O local de maior contaminação foi associado ao ambiente domiciliar com 1.499 casos (115,31±65,09; 61,87%). A sazonalidade evidencia maiores contaminações durante os meses de setembro e outubro, com 385 (29,62±12,45; 15,89%) e 370 (28,46±15,62; 15,27%) respectivamente. CONCLUSÃO: Identificou-se que a DCA no Pará apresentou situação alarmante, com 2.426 casos. O perfil mais acometido foi de homens adultos, pardos, infectados por via oral. A sazonalidade e a transmissão por via oral coincide com a safra do açaí, alimento muito consumido neste estado e que tem forte relação com a DCA. Portanto, destaca-se a necessidade de estimular ações de vigilância e controle epidemiológico e sanitário, bem como atividades de educação em saúde.

Palavras-chave

Doença de Chagas; Doenças veiculadas por alimentos; Epidemiologia.