Dados do Trabalho
Título
Distribuição e abundância de vetores e potenciais vetores do Vírus Oropouche em Porto Velho, Rondônia
Introdução
O Vírus Oropouche (OROV) é o agente etiológico da Febre Oropouche, sua sintomatologia se assemelha às demais arboviroses e contribui para que os casos sejam subnotificados. No ciclo silvestre esse patógeno é transmitido pelos mosquitos da espécie Coquillettidia venezuelensis e Aedes serratus, enquanto no ciclo urbano possui Culicoides paraensis (Diptera: Ceratopogonidae) e Culex quinquefasciatus como vetores.
Objetivo(s)
Investigar a distribuição e abundância de vetores e potenciais vetores de OROV na área urbana e periurbana de Porto Velho, Rondônia.
Material e Métodos
Foram selecionados dez pontos de coleta, sendo cinco em área urbana e cinco em área periurbana. As coletas ocorreram em todos os meses de 2018, alternando dois conjuntos de técnicas a cada mês: em seis localidade foram utilizadas as técnicas de CDC-HP utilizando Led verde e BG-Sentinel (gelo seco - CO2), das 18:00h às 06:00h do dia seguinte, instaladas no extradomicílio, peridomicílio e intradomicílio; e nas demais localidades utilizou-se as técnicas de Atração Humana Protegida (AHP), Gazetrap e Rede de interceptação, das 18:00h à 00:00h, em peridomicílio.
Resultados e Conclusão
Foram coletados 10.974 indivíduos. Culex quinquefasciatus apresentou maior abundância, com 10.346 espécimes (70,5% fêmeas), seguido por Coquillettidia venezuelensis (n=338; 99,7% fêmeas), Culicoides paraensis (n= 288; 96,8% fêmeas) e, por fim, Aedes serratus (n= 2; 100% fêmeas). Das dez localidades, apenas em uma foram coletadas as quatro espécies, enquanto quatro localidades foram coletadas três espécies. Culex quinquefasciatus foi a única capturada em todos os dez pontos amostrais, e das seis localidades que houveram capturas nos três ambientes, em cinco foi mais abundante em peridomicílio. C. paraensis também foi mais abundante em peridomicílio. Coquillettidia venezuelensis é predominantemente de hábitos florestais, e os resultados demonstraram maior abundância em extradomicílio. Em relação às técnicas de captura, BG-Sentinel mostrou maior eficácia (n=7.251), seguida por CDC-HP (n=2.279), AHP (n=699), Gazetrap (n=524) e Rede de Interceptação (n=221). Rondônia possui um histórico de epidemias e surtos de Febre Oropouche nas décadas de 1980 e 1990, assim como também é endêmico para inúmeras arboviroses e apresenta grande diversidade de insetos hematófagos. Desse modo, a investigação entomológica atrelada à epidemiológica são essenciais para o controle de arboviroses e de insetos vetores nestas áreas.
Palavras-chave
Culex quinquefasciatus; Culicoides paraensis; OROV; Amazônia.
Área
Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores
Categoria
(Concorra com apenas um trabalho) Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Mestrado
Autores
Luiz Henrique Maciel Feitoza, Lucas Rosendo Da Silva, Anne Caroline Alves Meireles, Flávia Geovana Fontineles Rios, Genimar Rebouças Julião