57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Perfil epidemiológico da sífilis congênita em Fortaleza, Ceará, no período entre 2012 e 2021

Introdução

A sífilis congênita é uma patologia infectocontagiosa de transmissão transplacentária que resulta em diversas complicações na gestação e no desenvolvimento infantil, a curto e a longo prazo.

Objetivo(s)

Descrever o perfil epidemiológico da sífilis congênita no município de Fortaleza, Ceará, nos anos de 2012 a 2021.

Material e Métodos

Estudo transversal, descritivo, que utiliza dados do SINAN, analisando as seguintes variáveis: ano de diagnóstico, realização de pré-natal, momento do diagnóstico materno e desfechos desfavoráveis. Foram calculadas a taxa de incidência de sífilis congênita, calculada com número de casos de sífilis congênita em menores de 1 ano, pelo número de nascidos vivos, no mesmo local e ano, multiplicado por 1.000, e o coeficiente de mortalidade infantil específica, calculado com o número de óbitos, pelo número de nascidos vivos, multiplicado por 1.000.

Resultados e Conclusão

Entre 2012 e 2021, foram notificados 6.838 casos de sífilis congênita, com poucas variações da taxa de incidência no período. A maior taxa de incidência ocorreu em 2021, com 24,9 casos por 1.000 nascidos vivos. Quanto à realização de acompanhamento pré-natal, 5.335 gestantes realizaram pré-natal (78,0%). O diagnóstico de sífilis materna em mães de crianças com sífilis congênita ocorreu em 3.771 (55,1%) durante o pré-natal, em 2.513 (36,7%) no parto/curetagem, 269 (3,9%) após o parto, e 42 (0,6%) não realizado. O desfecho foi desfavorável em 864 casos (15,6%), dos quais observa-se 49 casos (5,7%) de óbitos por sífilis congênita, 31 (3,6%) de óbitos por outras causas, 396 (45,8%) de abortos, 301 (34,8%) de natimortos e 87 (10%) ignorado. Houve variação no coeficiente de óbitos por sífilis congênita a cada 100.000 nascidos vivos ao longo dos anos analisados. Em 2012, o coeficiente foi de 8,0 óbitos por 100.000 nascidos vivos, variando nos anos seguintes, aumentando em 2019 para 20,2, atingindo o maior valor em 2021 com 31,6 óbitos por 100.000 nascidos vivos. A distribuição geográfica das notificações de sífilis congênita em Fortaleza compreende grande concentração na região Oeste, além de pontos isolados na região Sul e Norte do município, situando-se predominantemente na periferia da cidade, regiões com baixos indicadores de desenvolvimento socioeconômico. A taxa de incidência de sífilis congênita apresentou poucas variações nos anos estudados, com aumento do diagnóstico de sífilis materna durante o pré-natal e alto coeficiente de mortalidade por sífilis congênita em 2021.

Palavras-chave

Epidemiologia, Sífilis Congênita, Sífilis.

Área

Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias

Autores

Matheus Gama Nogueira, Andressa Lima Alves, Patrícia Pereira Lima Barbosa, Osmar José do Nascimento, Antônio Silva Lima Neto, José Antonio Pereira Barreto, Hildinara de Souza Lima