57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

DISTRIBUIÇÃO TEMPORAL E ESPACIAL DE ANTICORPOS PARA Yersinia pestis EM ROEDORES E CARNÍVOROS DOMÉSTICOS (CÃES E GATOS) NOS FOCOS DE PESTE DO ESTADO DE PERNAMBUCO

Introdução

Historicamente Pernambuco foi um dos estados mais afligidos pela Yersinia pestis (bactéria causadora da peste) desde sua introdução no País e ainda possui áreas focais na Chapada da Borborema, Chapada do Araripe e maciço de Triunfo nas regiões Agreste e Sertão do estado. Apesar do declínio dos casos humanos no Brasil é essencial a manutenção da vigilância e a promoção de novos estudos de todos os fatores bióticos e abióticos envolvidos na cadeia epidemiológica da zoonose. A peste permanece como um problema de importância global que pode colocar a saúde das populações em risco e causar impacto de interesse internacional. Conhecendo melhor a dinâmica da peste, pode-se adotar ações mais eficazes de vigilância e controle dessa zoonose.

Objetivo(s)

Caracterizar a dinâmica da circulação e a distribuição espacial de anticorpos contra Y. pestis em roedores, cães e gatos nas áreas focais de peste do estado de Pernambuco.

Material e Métodos

Estudo descritivo das áreas focais de peste por meio de dados secundários obtidos pelo Programa de Controle da Peste a partir de informações disponíveis no acervo do Serviço de Referência Nacional em Peste do Instituto Aggeu Magalhães FIOCRUZ PE.

Resultados e Conclusão

Entre as amostras analisadas no período de 1980 a 2018 pela técnica de Hemaglutinação para anticorpos específicos contra o antígeno F1 da Y. pestis, 602 se revelaram positivas: 09 roedores (04 Rattus rattus e 05 Galea spixxi), 106 gatos e 487 cães. As amostras foram originadas de 361 localidades de 47 municípios sendo 35 da Chapada da Borborema (285 animais positivos), nove da Chapada do Araripe (259 animais positivos) e três municípios do maciço de Triunfo (58 animais positivos). Constata-se maior ocorrência de animais positivos por município, na região da Chapada do Araripe, seguido do foco de Triunfo e por último na Chapada da Borborema. Até 1989 a média anual de positivos no estado foi de 73 animais, ocorreu um pico em 1990 com 108 positivos e a partir daí a positividade declinou com o último positivo em 2012.
As análises em andamento desses dados históricos poderão contribuir para gerar modelos preditivos da prevalência da infecção a fim de determinar os períodos e locais que exijam maior atenção dos órgãos de saúde pública bem como estimar os possíveis cenários futuros de prevalência da zoonose.

Palavras-chave

zoonose, Yersinia pestis, peste, anticorpos, roedores, cães, gatos, epidemiologia

Área

Eixo 01 | Ambiente e saúde

Autores

Bruna Mendes Duarte, Diego Leandro Reis da Silva Fernandes, Hadassa de Almeida Souza, Marise Sobreira, Matheus Filgueira Bezerra, Alzira Maria Paiva de Almeida