Dados do Trabalho
Título
DISTRIBUIÇÃO TEMPORAL E ESPACIAL DE ANTICORPOS PARA Yersinia pestis EM ROEDORES E CARNÍVOROS DOMÉSTICOS (CÃES E GATOS) NOS FOCOS DE PESTE DO ESTADO DE PERNAMBUCO
Introdução
Historicamente Pernambuco foi um dos estados mais afligidos pela Yersinia pestis (bactéria causadora da peste) desde sua introdução no País e ainda possui áreas focais na Chapada da Borborema, Chapada do Araripe e maciço de Triunfo nas regiões Agreste e Sertão do estado. Apesar do declínio dos casos humanos no Brasil é essencial a manutenção da vigilância e a promoção de novos estudos de todos os fatores bióticos e abióticos envolvidos na cadeia epidemiológica da zoonose. A peste permanece como um problema de importância global que pode colocar a saúde das populações em risco e causar impacto de interesse internacional. Conhecendo melhor a dinâmica da peste, pode-se adotar ações mais eficazes de vigilância e controle dessa zoonose.
Objetivo(s)
Caracterizar a dinâmica da circulação e a distribuição espacial de anticorpos contra Y. pestis em roedores, cães e gatos nas áreas focais de peste do estado de Pernambuco.
Material e Métodos
Estudo descritivo das áreas focais de peste por meio de dados secundários obtidos pelo Programa de Controle da Peste a partir de informações disponíveis no acervo do Serviço de Referência Nacional em Peste do Instituto Aggeu Magalhães FIOCRUZ PE.
Resultados e Conclusão
Entre as amostras analisadas no período de 1980 a 2018 pela técnica de Hemaglutinação para anticorpos específicos contra o antígeno F1 da Y. pestis, 602 se revelaram positivas: 09 roedores (04 Rattus rattus e 05 Galea spixxi), 106 gatos e 487 cães. As amostras foram originadas de 361 localidades de 47 municípios sendo 35 da Chapada da Borborema (285 animais positivos), nove da Chapada do Araripe (259 animais positivos) e três municípios do maciço de Triunfo (58 animais positivos). Constata-se maior ocorrência de animais positivos por município, na região da Chapada do Araripe, seguido do foco de Triunfo e por último na Chapada da Borborema. Até 1989 a média anual de positivos no estado foi de 73 animais, ocorreu um pico em 1990 com 108 positivos e a partir daí a positividade declinou com o último positivo em 2012.
As análises em andamento desses dados históricos poderão contribuir para gerar modelos preditivos da prevalência da infecção a fim de determinar os períodos e locais que exijam maior atenção dos órgãos de saúde pública bem como estimar os possíveis cenários futuros de prevalência da zoonose.
Palavras-chave
zoonose, Yersinia pestis, peste, anticorpos, roedores, cães, gatos, epidemiologia
Área
Eixo 01 | Ambiente e saúde
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Bruna Mendes Duarte, Diego Leandro Reis da Silva Fernandes, Hadassa de Almeida Souza, Marise Sobreira, Matheus Filgueira Bezerra, Alzira Maria Paiva de Almeida