Dados do Trabalho

Título

Detecção Molecular de Borrelia spp, Coxiella burnetii, Anaplasma phagocitophylum e Ehrlichia spp) em Diferentes Espécies de Roedores Silvestres no Bioma Amazônico Brasileiro

Introdução

A interação humana e animal em ambientes modificados pela ação antrópica pode resultar no risco de transmissão de zoonoses, e o reconhecimento de animais silvestres como reservatórios de patógenos zoonóticos vêm ganhando destaque na pesquisa, na medicina veterinária e na saúde pública.

Objetivo(s)

Para agregar conhecimento a esta questão, o estudo avaliou, ocorrência de patógenos transmitidos por carrapatos (Borrelia spp, Anaplasma phagocitophylum, Coxiella burnetii, Rickettsia spp, Babesia spp, Ehrlichia spp e Virus da Encefalite Transmitida por Carrapato (TBEV), em cinco diferentes espécies de roedores silvestres do bioma amazônico brasileiro, no Estado do Pará.

Material e Métodos

Foram investigados 100 fragmentos de biópsias provenientes de 20 roedores silvestres, sendo que para cada animal foram avaliados 5 fragmentos de órgão: fígado, baço, rim, pulmão e linfonodo. Os animais investigados foram das espécies Proechimys roberti (7), Necromys Lasiurus (7), Oxymycterus amazônicus (3), Oligoryzomys microtis (2) e Hylaeamys megacephalus (1). A detecção molecular destes patógenos zoonóticos transmitidos por carrapato foi realizada por meio da reação em cadeia mediada pela polimerase em tempo real (qPCR) no equipamento CFX 96TM IVD Real time PCR Detection System (Bio-Rad Laboratories, California, U.S.A), utilizando-se o kit de detecção de PCR em tempo real VIASURE Tick Borne Diseases Real Time PCR Detection Kit (CerTest BIOTEC San Mateo de Gállego Zaragoza, Espanha).

Resultados e Conclusão

A detecção molecular destes patógenos ocorreu em 85% (17/20) dos roedores e em diferentes órgãos. A Borrelia foi o principal patógeno detectado 75% (15/20), seguido por A. phagocitophylum 45% (9/20), C. burnetii 30% (6/20) e Ehrlichia spp 20% (4/20).
Os principais órgãos acometidos foram o baço 65% (13), linfonodos e pulmão ambos com 60% (12) e fígado 45% (9). Das cinco espécies de roedores, as espécies N. lasiurus, P. roberti e O. amazonicus foram positivas para os quatro patógenos zoonóticos. A evidência molecular desses patógenos em diferentes órgãos e em várias espécies de roedores silvestres abrem caminhos e dão direcionamentos para futuras pesquisas, que são necessárias para o esclarecimento da ecoepidemiologia de zoonoses negligenciadas no bioma amazônico e no território brasileiro.

Palavras-chave

zoonoses, qPCR, roedores silvestres, bioma amazônico