Dados do Trabalho
Título
Capacidade infectante de cães com leishmaniose visceral canina tratados com Miltefosina/Alopurinol para Lutzomyia longipalpis em Iguatama/MG
Introdução
Na epidemiologia da leishmaniose visceral os cães são considerados reservatórios do parasito e podem ser fonte de infecção para o vetor. O tratamento dos cães foi permitido no Brasil em 2016, utilizando o medicamento Milteforan (VIRBAC).
Objetivo(s)
O objetivo do estudo foi avaliar a infectividade dos cães naturalmente infectados por Leishmania infantum e tratados com miltefosina/alopurinol para Lutzomyia longipalpis.
Material e Métodos
Trinta cães soropositivos foram selecionados, tratados com miltefosina/alopurinol e acompanhados durante 12 meses. Os cães foram mantidos encoleirados e divididos em dois grupos de acordo com o tratamento com o alopurinol. No grupo 1 os animais foram tratados com o alopurinol somente durante o uso do milteforan e os cães do grupo 2 receberam o alopurinol por 12 meses. O score clínico dos cães foi avaliado antes do tratamento (T0) e após 12 meses (T12). Após um ano do tratamento, foi realizado o xenodiagnóstico para avaliar a capacidade infectante dos cães para o vetor Lutzomyia longipalpis.
Resultados e Conclusão
Dos 30 cães tratados, 19 chegaram ao final do acompanhamento e a capacidade infectante para Lutzomyia longipalpis foi de 52,6%. Um maior número de cães negativos no xenodiganóstico foi observado no grupo 2 (4/10), onde os cães utilizaram o medicamento Alopurinol por 12 meses, porém não há diferença estatística em relação ao grupo 1(6/9), onde os cães foram medicados com o Alopurinol apenas durante os 28 dias de uso do Milteforan. A comparação do score clínico entre os dois grupos evidenciou uma diminuição no score do grupo 2 em relação ao grupo 1 (p=0,027). O uso contínuo do alopurinol pode ser um aliado ao tratamento, principalmente nos cães que iniciam o tratamento nos primeiros estádios da doença. Apesar de observarmos a manutenção ou diminuição do score clínico de 73,7% dos cães tratados, mais estudos são necessários para o desenvolvimento de protocolos de tratamento mais eficazes, pois 47,4% dos cães tratados se mantiveram infectantes para Lu. longipalpis.
Palavras-chave
leishmaniose visceral; Milteforan/Alopurinol; Leishmania infantum; xenodiagnóstico.
Área
Eixo 06 | Protozooses
Categoria
(Concorra com apenas um trabalho) Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Mestrado
Autores
Camila Binder, Felipe Dutra Rêgo, Talita Pereira Vaz, Patrícia Flávia Quaresma, Gilberto Fontes, Célia Maria Ferreira Gontijo