57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Larvicida natural extraído de planta amazônica para o controle do vetor da dengue

Introdução

A dengue é uma arbovirose transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, tornando a doença um problema de saúde pública. As dificuldades em interromper a transmissão da doença decorrem da resistência que o mosquito possui aos inseticidas comerciais que são extremamente tóxicos para animais não-alvos e ao meio ambiente, assim como para o homem. Em contrapartida, métodos alternativos de controle de mosquitos estão sendo direcionados para produtos naturais extraídos de plantas amazônicas como extratos e frações.

Objetivo(s)

Identificar a ação larvicida das frações clorofórmica e acetato de etila obtidas de Piper alatipetiolatum em Aedes aegypti, bem como avaliar a atividade biológica e analisar a capacidade de inibição das funções do sistema nervoso central das larvas pelas frações clorofórmica e acetato de etila.

Material e Métodos

A espécie vegetal P. alatipetiolatum (SisGen n° ADC693C, SISBIO N°78399-1) foi coletada no horto da Universidade Nilton Lins (3° 03’ 37.2’ S e 60° 00’ 32.3 W). As folhas foram desidratadas em temperatura controlada (27 ± 5 °C), moída em moinho do tipo facas. O extrato metanólico foi obtido através do processo de maceração utilizando 150 g das folhas moídas e 3 L de metanol (MeOH) de pureza analítica (P.A).
Amostras de A. aegypti foram criados sob condições controladas de umidade relativa (85 ± 5%), fotoperíodo de 12:12 h (claro/escuro) e temperatura (28 ± 2 °C) no Laboratório de Malária e Dengue do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) (Manaus, Amazonas, Brasil).

Resultados e Conclusão

Os dados obtidos demonstram que as frações clorofórmica e acetato de etila apresentaram atividade larvicida, com maior atividade registrada na fração acetato de etila (62,50 a 500 µg/mL) obtendo-se percentuais de 60 a 100% em comparação à fração clorofórmica (125 a 500 µg/mL), que apresentou percentual de 100%. Entretanto, α-cipermetrina foi extremamente tóxica para as larvas, com percentual de 20 a 100% de larvas mortas. Não foi observada morte no controle negativo (DMSO). Os resultados da inibição da enzima acetilcolinesterase (AChE) tiveram o resultado mais significativo identificado com a fração acetato de etila, que inibiu 85,0% (IC50 de 3,10 µg/mL) a enzima AChE, enquanto que a fração clorofórmio inibiu em 77,33% (IC50 de 3,13 µg/mL).
Em conclusão, as frações investigadas apresentaram potencial larvicida significativo, sugerindo fomentando futuros testes larvicidas e enzimáticos qualitativos e quantitativos para identificação do princípio ativo.

Palavras-chave

Dengue, Larvicida, Piperaceae.

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Autores

Rayssa de Souza da Silveira Souza Silveira, André Correa de Oliveira Correa Oliveira, Maria Luiza Lima da Costa Lima Costa, Rosemary Aparecida Roque Aparecida Roque, Rita de Cássia Saraiva Nunomura Saraiva Nunomura