Dados do Trabalho
Título
DINÂMICA DA DISTRIBUIÇÃO E CIRCULAÇÃO DA PESTE NO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL
Introdução
A peste é uma zoonose de roedores transmitida por pulgas, que pode infectar os seres humanos e outros mamíferos. Pela gravidade da doença e sua rápida evolução a peste pode gerar emergências de saúde pública de interesse internacional. No estado de Pernambuco, a zoonose introduzida em 1902, apresenta-se silente desde a década de 1980, mas a qualquer momento, encontrando condições favoráveis, pode voltar a se manifestar.
Objetivo(s)
Compreender a dinâmica da infecção para construção dos cenários futuros de risco para sua transmissão e determinar os períodos e locais que exijam maior atenção dos órgãos de saúde pública afim de direcionar as atividades de vigilância nessas áreas.
Material e Métodos
Foram construídos bancos de dados contendo informações sobre os casos humanos, reservatórios, vetores e dados ambientais utilizando dados primários e secundários no período de 1902/2005 disponíveis no Serviço de Referência Nacional de Peste da FIOCRUZ PE que foram analisados utilizando ferramentas de geoprocessamento.
Resultados e Conclusão
As análises aplicadas aos casos humanos usando o município de Exu, localizado na Chapada do Araripe (PE), como área de estudo de caso entre 1945/1976 permitiu evidenciar a transição da infecção da área urbana para a silvestre e o ressurgimento dos casos após um período de quiescência, independente da reintrodução a partir de outros focos ativos. Importante flutuação nas populações de roedores foi observada após um período epidêmico no município de Exu, com redução da fauna silvestre representada principalmente por Necromys lasiurus e aumento da espécie comensal Rattus rattus. O aumento de R. rattus relacionado ao processo de urbanização de pequenas localidades rurais não acarretou epidemias de peste como se poderia esperar, especialmente considerando sua proximidade com os humanos favorecendo a propagação da peste e outras doenças transmitidas por esses roedores.
A análise contribuiu para confirmar o papel das espécies silvestres como hospedeiros amplificadores da peste e dos comensais, R. rattus, como possíveis hospedeiros preservadores no período quiescente naquela área de transmissão da infecção. A ocorrência de reservatórios naturais e vetores competentes evidencia o potencial de manutenção e transmissão da bactéria e, consequentemente, a necessidade de manutenção e aprimoramento do programa de vigilância da peste a fim de evitar o acometimento futuro das populações humanas.
Palavras-chave
peste; roedores; pulgas; epidemiologia; análise espacial
Área
Eixo 01 | Ambiente e saúde
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Diego Leandro Reis da Silva Fernandes, Matheus Filgueira Bezerra, Marise Sobreira, Bruna Mendes Duarte, Mayara Paes de FRANÇA SILVA, Hadassa de Almeida Souza, Elainne Christine de Souza Gomes, Alzira Maria Paiva de Almeida