Dados do Trabalho
Título
A TRANSMISSÃO DA MALÁRIA EM MUNICÍPIOS DO ESTADO DO AMAZONAS NO PERÍODO DA PANDEMIA DE COVID-19.
Introdução
A pandemia da COVID-19 foi um desafio para os sistemas de saúde em todo o mundo, uma vez que implicou em uma série de medidas restritivas para sua contenção. Como a malária é uma doença de caráter heterogêneo e endêmico no estado do Amazonas, torna-se relevante fornecer dados sobre a ocorrência de casos e epidemias deste agravo no período da pandemia de COVID-19, visando informações para o fortalecimento do controle e vigilância dessa endemia.
Objetivo(s)
Avaliar a ocorrência de casos e epidemias de malária no estado do Amazonas, durante os dois primeiros anos da pandemia de COVID-19 (2020 e 2021).
Material e Métodos
Os dados sobre o número de casos de malária, no período de 2019 a 2021, foram obtidos através do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Malária (SIVEP-Malária). Foram construídos diagramas de controle dos 62 municípios do estado para determinar a duração das epidemias nos referidos anos. A razão entre casos observados (confirmados) e esperados (média dos três anos anteriores) de malária em cada município, nos dois anos avaliados, foram calculados e mapeados para descrever a variação espacial e temporal da malária a nível municipal.
Resultados e Conclusão
Dos 62 municípios, sete apresentaram epidemias de longa duração (9 a 12 meses epidêmicos) durante o ano de 2020, 9 identificaram epidemias de média duração (5 a 8 meses epidêmicos) e os demais municípios com curta duração epidêmica (1 a 4 meses epidêmicos) ou nenhuma epidemia. Em 2021, o número de epidemias longas aumentou para 10 municípios, 8 municípios apresentaram epidemias médias e os demais municípios com meses de curta duração epidêmica ou nenhuma epidemia. Os casos de malária evidenciaram-se abaixo do que era esperado para 2020 na maioria dos municípios, porém, no ano seguinte observou-se um aumento significativo dos casos. No primeiro ano de pandemia, dez municípios aumentaram os casos de malária, sem dobrá-los. Um município dobrou os casos em relação ao que era esperado e dois deles triplicaram ou mais os seus casos. Por outro lado, no ano de 2021, sete localidades dobraram e 5 triplicaram ou mais os seus casos de malária. A visão espacial das epidemias de malária e a relação de casos observados-esperado na região Amazônica pode ser uma ferramenta eficaz na vigilância epidemiológica, uma vez que pode auxiliar no planejamento e execução de ações contra o aumento deste agravo.
Palavras-chave
Malária; Serviços de Saúde; Epidemias; Amazonas; COVID-19; Pandemia por COVID-19.
Área
Eixo 09 | COVID-19
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Karen Gabrieli Martins Pontes, Emily Marcele Soares Silva, Elder Augusto Guimarães Figueira, Jaidson Nandi Becker, Myrna Barata Machado