57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Hantavirose: comparação do perfil epidemiológico no Pará e no Brasil, no período de 2010 a 2020.

Introdução

Objetivo(s)

Descrever e comparar os perfis epidemiológicos do estado do Pará e do Brasil no período de 2010 a 2020.

Material e Métodos

Estudo descritivo feito com base na análise de dados sobre casos de hantavirose no estado do Pará e no Brasil, nos anos de 2010 a 2020 obtidos pela plataforma TABNET/DATASUS. As variáveis analisadas no estudo foram: número de casos, ano de primeiro sintoma, faixa etária, sexo, raça, área de infecção e evolução da doença.

Resultados e Conclusão

Durante o período, foram notificados 998 casos de hantavirose no Brasil, sendo 47 no estado do Pará (4,7% dos casos do país). 2010 e 2011 foram os anos de maior prevalência no Brasil (n=164) e no Pará (n=11), sendo o sexo masculino o mais acometido (85% dos casos no Pará e 75% dos casos do Brasil). A faixa etária com maior registro de casos foi de 20-39 anos, tanto no estado quanto no país. 72% dos pacientes do Pará se identificava como pardos, enquanto no país, a maioria se identificava como brancos (60%). A nível estadual, grande parte dos casos (79%), ocorreram em área urbana, o que destoa do panorama nacional, onde a zona silvestre foi a mais prevalente (38%), e cerca de 30% dos casos estavam com área de infecção não preenchida (30%). Em relação a evolução, no Pará, a maioria dos pacientes evoluiu para óbito pela doença (49%) enquanto que a nível nacional, a evolução para cura (51%) foi o principal desfecho, seguido pela evolução à óbito pela doença (42%). Observa-se alta incidência da doença em homens adultos jovens, com a área silvestre sendo a principal zona de infecção no país, o que pode estar relacionado com o exercício do trabalho agrícola, o principal fator de risco para a infecção pelo hantavírus, sendo importante priorizar ações preventivas para essa parcela da população. No país, é notória a falha no preenchimento da área de infecção, prejudicial à vigilância epidemiológica. No estado do Pará, houve maior percentual de óbitos como desfecho da doença, quando comparado com os números do país, o que pode indicar maior gravidade da doença na região, normalmente atrelada a diagnóstico e tratamento tardios. Dessa forma, apesar do baixo número de casos, quando comparada com outras doenças infectocontagiosas prioritárias para o sistema de saúde, trabalhos acerca do perfil epidemiológico da hantavirose na região são importantes em virtude de seu elevado índice de letalidade e morbidade, podendo contribuir com programas educativos para melhora no diagnóstico, tratamento e prevenção da doença.

Palavras-chave

Hantavírus; Epidemiologia.

Área

Eixo 10 | Outras infecções causadas por vírus

Autores

Adrielly Carvalho Lopes Pires, Aldrin Rodrigo Prestes Chagas, Daeny Nunes de Araújo, Jayne Antoniele Miranda Lopes, Raissa Silva Pires, Tecla Marta Vicente Chicumbi, Itaiana de Oliveira Prestes