57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Tétano acidental: aspectos epidemiológicos no estado do Pará nos anos de 2011 a 2021

Introdução

Objetivo(s)

Delinear o perfil epidemiológico de casos de tétano acidental no estado do Pará, Brasil, no período de 2011 a 2021.

Material e Métodos

Estudo descritivo quantitativo baseado na análise de dados acerca de casos de tétano acidental no Pará, Brasil, nos anos de 2011 a 2021 obtidos pela plataforma TABNET/DATASUS. As variáveis analisadas no estudo foram: número de casos, ano de primeiro sintoma, faixa etária, sexo, raça, evolução e município de residência no Pará.

Resultados e Conclusão

Durante o período, foram identificados 178 casos de tétano acidental na região, que representam cerca de 7% dos casos no Brasil no mesmo período. Em relação ao ano de primeiro sintoma, o ano de 2014 apresentou maior registro de casos (n=25), enquanto que não houve registros em 2021. Os municípios paraenses que apresentaram mais casos foram Belém, com 32 casos, e Curralinho, Paragominas, Redenção e Tucuruí, com 6 casos cada. Dentre os 178 pacientes, 162 (91%) eram do sexo masculino, enquanto que somente 16 (9%) eram do sexo feminino. A maioria dos pacientes se identificava como pardos (81%) e negros (8%). As faixas etárias mais prevalentes foram dos 20 aos 39 anos (25%) e dos 40 aos 59 anos (37%). Quanto a evolução da doença, a maioria dos casos evoluíram para óbito pela doença (n=78, 39%), sendo a evolução para a cura o segundo desfecho mais prevalente (39%). 26 casos notificados (14%) não possuem o registro de evolução da doença. O percentual de óbito por tétano foi maior nas mulheres (56%) que em homens (42%). Observa-se, então, que o tétano acidental ainda é um problema de saúde pública no estado do Pará, a quinta unidade federativa com mais casos no Brasil, apresentando alta mortalidade e custo assistencial. A população mais atingida é do sexo masculino, parda e na faixa etária economicamente ativa (20-59 anos), provocando repercussões para a economia do país. Um número considerável de pacientes não possui registro de evolução, muitos possivelmente evoluindo para óbito, causando prejuízo para vigilância epidemiológica por subnotificação e prejuízo emocional para familiares. A queda do número de casos notificados observadas a partir de 2020 pode estar atrelada com o cenário pandêmico, que dificultou o acesso a serviços de saúde e, dessa maneira, a notificação de diversos agravos de saúde. Portanto, é necessário conhecer o perfil epidemiológico da doença para melhorar as ações de cuidado e prevenção da doença e a eficácia da campanha de vacinação.

Palavras-chave

Tétano; Epidemiologia; Notificação de Doenças.

Área

Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias

Autores

Adrielly Carvalho Lopes Pires, Aldrin Rodrigo Prestes Chagas, Daeny Nunes de Araújo, Jayne Antoniele Miranda Lopes, Raissa Silva Pires, Tecla Marta Vicente Chicumbi, Itaiana de Oliveira Prestes