57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Análise epidemiológica de leishmaniose tegumentar americana no estado do Pará no período entre 2010 e 2020

Introdução

A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença infecciosa causada por protozoários e transmitida pelo inseto flebotomíneo, com grande capacidade de gerar importantes morbidades no hospedeiro humano. É uma doença negligenciada, afetando principalmente às populações mais carentes.

Objetivo(s)

Analisar os indicadores epidemiológicos da leishmaniose tegumentar americana no Estado do Pará no período entre 2010 e 2020

Material e Métodos

Trata-se de um estudo epidemiológico, retrospectivo e descritivo, cujos dados foram coletados através do Sistema de Informação de Agravos de Notificações (SINAN), disponíveis no DATASUS. As informações obtidas abrangeram o Estado do Pará durante o período de 2010 a 2020.

Resultados e Conclusão

Referente aos dados secundários, no período entre 2010 e 2020, 36.899 casos foram notificados no Estado do Pará, com taxa de incidência em 2020 no estado do Pará de 34,94 casos por 100 mil habitantes. No mesmo ano, a taxa de incidência por 100 mil habitantes na região norte e no Brasil foram, respectivamente, 39,1 e 7,75. As regiões de saúde com maior quantitativo de casos são Baixo Amazonas com 18,8% e Xingu com 17,6%. Ressaltam-se que dos casos confirmados, 81% são do sexo masculino, 72,8% pardos e 62% estavam na faixa etária entre 15 e 39 anos. Quanto aos aspectos clínicos, 97,5% eram da forma cutânea, 99,7% autóctone, 94,5% casos novos, 73% evoluíram para cura. Verifica-se, portanto, a alta incidência de casos de LTA na Região Norte do Brasil, especialmente o Pará, superior à média nacional. Ademais, constatou-se uma prevalência de casos nas regiões do Baixo Amazonas e Xingu, justificáveis pela atividade econômica, predominantemente, agroextrativista e instalação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte desde 2011, responsável pelo inchaço populacional, expansão urbana e desmatamento, gerando maior exposição da população aos vetores da leishmaniose. Nota-se a prevalência do perfil masculino, entre 15 e 39 anos e pardos, a forma cutânea, autóctone e casos novos predominaram, tendo também a evolução para a cura como principal desfecho. Por fim, o elevado registro de casos notificados neste território em comparação às outras regiões do país demonstra a necessidade de que sejam intensificadas as ações de prevenção e controle da infecção nessa área geográfica.

Palavras-chave

Leishmaniose, Pará, Incidência, epidemiologia

Área

Eixo 06 | Protozooses

Autores

Adrianne Carla de Castro Tomé, João Vitor Ferreira Walfredo, Gildeone Silva Farias, Bruno Ricardo Pereira Rocha, Silvana Veloso Barbosa, Benedito Rosa da Silva Júnior, Tales Mendes de Oliveira, Fernando Cesar de Souza Braga, Felipe da Costa Soares, Francisca de Castro Tomé