Dados do Trabalho

Título

Covid-19: perfil epidemiológico dos óbitos ocorridos em hospital de referência de uma capital do nordeste brasileiro em 2020 e 2021

Introdução

A partir da declaração de pandemia da covid-19 pela OMS em março de 2020, a saúde mundial passou a realizar a vigilância de casos, óbitos e buscar estratégias para o controle da pandemia. A vigilância epidemiológica dos óbitos é fundamental para nortear os gestores sobre medidas de prevenção aos determinantes que aumentam a chance deste desfecho.

Objetivo(s)

Descrever o perfil epidemiológico dos óbitos por covid-19 ocorridos em hospital de referência de uma capital do nordeste brasileiro em 2020 e 2021.

Material e Métodos

Pesquisa descritiva, com amostra representativa de casos que evoluíram para óbito, realizada em hospital referência no tratamento de covid-19, localizado em Fortaleza/CE. A coleta de dados foi realizada a partir de acesso a sistema de prontuários eletrônicos, seguida de elaboração de planilha contendo variáveis de sexo, faixa etária, município de residência, presença/ausência de comorbidades, dentre outras. O período de análise correspondeu aos óbitos ocorridos por covid-19 em 2020 e 2021.

Resultados e Conclusão

No período do estudo foram registrados 2.507 óbitos por covid-19 nesta unidade, sendo 1.180 (47,0%) em 2020 e 1.327 (53,0%) em 2021. Do total de óbitos, o sexo masculino foi mais prevalente em ambos os anos, com 707 (59,9%) e 737 (55,5%), respectivamente. Na primeira onda de covid-19, a faixa etária predominante foi acima de 70 anos com 611 (51,7%) óbitos e o período com maiores registros foi entre a semana epidemiológica 18 e 27/2021 com 593 (50,2%) óbitos; enquanto na segunda onda prevaleceram óbitos de indivíduos de 50 a 69 anos com 811 (61,1%) do total e o período de maior prevalência foi entre as SE 7 e 17/2022 com 707 (53,2%) óbitos. Do total de óbitos registrados, 1.144 (45,6%) eram procedentes da regional de Fortaleza. Quanto à presença de comorbidades, 2.033 (81,1%) apresentavam pelo menos um registro em prontuário. Conclusão: Diante do cenário, percebe-se a diminuição da faixa etária e a antecipação da semana do pico de ocorrência de óbitos na segunda onda quando comparada a primeira, e a alta prevalência de óbitos em pessoas com covid-19 portadoras de comorbidades. Daí a importância da priorização das medidas de prevenção, como a vacinação, para pessoas de maiores faixas etárias e com comorbidades.

Palavras-chave

Coronavírus; Epidemiologia; Brasil