57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Surtos institucionais de síndrome gripal no estado de São Paulo, Brasil, 2020 a 2022

Introdução

A transmissão de vírus respiratórios como SARS-CoV-2 e influenza ocorre principalmente pelo contato com gotículas ou aerossóis originários do nariz e boca de pessoas infectadas ao falar, exalar, tossir ou espirrar. Sendo assim, quando consideramos comunidades fechadas o risco para surtos de síndrome gripal (SG) é ainda maior. A rápida disseminação de uma doença contagiosa em uma instituição como essas tem um efeito amplificador sobre a epidemia, multiplicando rapidamente o número de pessoas afetadas e sobrecarregando os serviços de saúde.

Objetivo(s)

Os objetivos principais desse estudo foram (a) identificar aglomerados espaciais e espaço-temporais da ocorrência de surtos de SG ocorridos em instituições do estado de São Paulo (ESP) entre 2020 e 2022; e (b) descrever as principais características dos surtos ocorridos em unidades escolares, unidades prisionais, aldeias indígenas e instituições de longa permanência para idosos (ILPI).

Material e Métodos

Foram selecionados os surtos de SG com diagnóstico final de covid-19, influenza ou outros vírus respiratórios, ocorridos entre janeiro/2020 e julho/2022 no ESP, registrados no Sinan NET (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), módulo surto.

Resultados e Conclusão

Durante o período analisado foram confirmados 12.174 surtos de SG no ESP, envolvendo 93.405 casos e 2.557 óbitos. Destes surtos, 5.365 (44%) ocorreram em unidades escolares, 1.923 (15,8%) em ILPI, 164 (1,3%) em unidades prisionais e 19 (0,15%) em aldeias indígenas. Em relação ao diagnóstico, 77.060 casos (82,5%) foram confirmados para covid-19, 2.610 (2,8%) para influenza e 11.359 (12,2%) para outros vírus respiratórios. Em 2020, nos primeiros meses da pandemia de covid-19, as ILPI concentraram os surtos de SG e o número de casos superou todas as outras instituições observadas. Os surtos em aldeias indígenas também foram observados nos meses iniciais da pandemia, porém, diferentemente das ILPI, regrediram e se mantiveram em um posterior platô de notificações. Nas unidades prisionais, os surtos foram observados a partir do segundo semestre de 2020 e, nas unidades escolares, houve um rápido e importante aumento nos primeiros meses de 2021. Foi possível observar que os surtos não estão distribuídos de maneira aleatória no espaço-tempo; há formação de aglomerados em áreas específicas do estado. Cada instituição respondeu de forma diferente à pandemia de covid-19, sendo que as unidades escolares e as ILPI concentraram maior número de casos e óbitos.

Palavras-chave

Síndrome gripal, vírus respiratório, instituição.

Área

Eixo 14 | Outros

Autores

Pamella Cristina Carvalho Lucas, Camila Lorenz, Raquel Gardini Sanches Palasio, Pedro Campos Mello Monteiro, Marcela Rodrigues Silva, Bernadete Lourdes Liphaus, Angela Tiemi Tanamachi, Ana Lúcia Frugis Yu, Telma Regina Marques Pinto Carvalhanas