Dados do Trabalho
Título
Paracoccidioidomicose: impacto da pandemia do SARS-CoV-2 no perfil epidemiológico da doença em Rondônia, no período de 2017 a junho de 2022
Introdução
A paracoccidioidomicose (PCM) é a principal micose sistêmica no Brasil e representa uma das dez causas de morte por doenças infeccciosas e parasitárias, de natureza crônica e recorrente. É causada por fungos da espécie Paracoccidioides lutzii do complexo P. brasiliensis. De caráter ocupacional, ocorre principalmente em trabalhadores rurais, com transmissão relacionada à inalação de partículas infectantes (conídios), presentes no meio ambiente. Apresenta alto potencial incapacitante e de mortes prematuras quando não diagnosticada e tratada oportunamente. Em Rondônia, em decorrência dos indicadores de morbimortalidade é considerada doença de notificação compulsória, de interesse estadual desde 2007. Durante a pandemia pelo SARS-CoV-2 as ações de vigilância e assistência da doença foram desaceleradas e retomadas a partir de março de 2022
Objetivo(s)
Analisar o comportamento da PCM no período de 2017 a junho de 2022 e avaliar os impactos da pandemia nos indicadores de morbimortalidade.
Material e Métodos
Estudo descritivo sobre morbidade e mortalidade por PCM em Rondônia, no período de 2017 a junho de 2022, baseado em dados coletados nos sistemas SINAN e SIM, com análises segundo atributos de pessoa, tempo e lugar.
Resultados e Conclusão
No peíodo de estudo foram notificados 226 casos, 89,8% no sexo masculino (203/226), com idades variando de 1 a 90 anos (média de 52,3 anos e mediana de 52 anos) e 19 óbitos, 94,7% no sexo masculino (18/19), com idades variando de 39 a 69 anos (média e mediana de 53 anos). Considerando os anos de estudo, foram notificados em 2017 (58 casos e 4 óbitos); 2018 (48 casos e 4 óbitos); 2019 (53 casos e 4 óbitos); 2020 (20 casos e 4 óbitos); 2021 (24 casos e 2 óbitos) e até junho de 2022 (23 casos e 3 óbitos), com média de 38 casos e 3 óbitos/ano. Houve redução de casos e da taxa de incidência, mais acentuada nos três últimos anos, com redução de 66,7% na taxa de incidência de 2017 para 2020. A taxa de mortalidade específica variou entre 0,11 óbitos/100.000 (2018 e 2021) e 0,23 óbitos/100.000 (2017 e 2019). Houve impacto negativo da pandemia nas ações da PCM em Rondônia, com subnotificação de casos e repercussões nas taxas de incidência. A notificação de óbitos foi menos alterada, com pequena oscilação nas taxas de mortalidade. Ações de educação e saúde, manejo clínico, diagnóstico laboratorial e vigilância epidemiológica são fundamentais para a adequada e oportuna promoção, prevenção e assistência ao agravo.
Palavras-chave
Micose sistêmica, Paracoccidioidomicose, Epidemiologia.
Área
Eixo 12 | Infecções causadas por fungos
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Maria Arlete da Gama BALDEZ, Maria Eunice Magalhães dos Santos NAPOLIÃO, Selma Euterpe SOMENZARI, Elton da Silva LIMA, Rui Rafael DURLACHER, Tatiana da Gama BALDEZ, Sônia Maria Dias de LIMA, Elton Bill Amaral de SOUZA, Arlindo Gonzaga Branco Junior