Dados do Trabalho
Título
ANÁLISE CORRELACIONAL ENTRE TRATAMENTO DE PARCEIROS E A REALIZAÇÃO DE PRÉ-NATAL MATERNO NOS CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA DE 2012 A 2021 NO PARÁ
Introdução
A sífilis é uma infecção causada pelo Treponema pallidum e um problema de saúde pública mundial. A atenção pré-natal preconiza o manejo oportuno da doença na população materno-infantil e nos parceiros sexuais, já que a Política de Saúde do Homem prevê o pré-natal do parceiro.
Objetivo(s)
Analisar a correlação entre o tratamento de parceiros sexuais e a realização de pré-natal pela mãe nos casos de sífilis congênita, no Estado do Pará, entre 2012 e 2021.
Material e Métodos
Estudo longitudinal, retrospectivo e quantitativo, realizado em maio de 2022. Os dados foram extraídos do Tabnet, gerando a série histórica de 2012 a 2021. A população foi composta por todos os casos de sífilis congênita notificados no Estado do Pará dentro do período selecionado (N= 6.837). Os dados foram divididos nas variáveis: realizou tratamento (RT); não realizou tratamento (NRT); realizou pré-natal (RPN); e não realizou pré-natal (NRPN). Utilizou-se o número de casos de cada ano como denominador nos cálculos das taxas de tratamento do parceiro e realização de pré-natal. Para verificar o pressuposto de comportamento entre as variáveis, calculou-se o coeficiente de correlação de Pearson, com apoio do Programa BioEstat 5.0. Por utilizar dados públicos, o trabalho não passou por apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados e Conclusão
A taxa média de tratamento dos parceiros foi de 17,9% (máxima= 27,2% em 2016; mínima= 14,7% em 2017). A média de não tratamento foi de 60,9% nos 10 anos. Na série, 84,4% das mulheres realizaram pré-natal (máxima= 88,9% em 2013; mínima= 77,9% em 2015). O teste de correlação de Pearson mostrou os resultados: RT e RPN (r= 0.6827; R2= 0,4660; p= 0,0295); NRT e NRPN (r= 0,7228; R2= 0,5224; p= 0,0182); RT e NRPN (r= 0,8237; R2= 0,6786; p=0,0034). A maior correlação ocorreu entre NRT e RPN (r=0,9319; R2=0,8685; p= <0,0001).
O pressuposto de correlação negativa entre realização de pré-natal pela mãe e não tratamento do parceiro foi comprovado, destacando a correlação positiva entre a realização de pré-natal e o não tratamento. As baixas taxas de tratamento do parceiro podem estar ligadas a aspectos sociais, como: sensação de constrangimento; parceria materna não fixa; e indisponibilidade de horário. Ainda, pode haver questões organizativas dos serviços de saúde como busca ativa e cobertura de atenção básica. Espera-se que os resultados possam impulsionar a realização do pré-natal do parceiro e a diminuição dos casos sifilíticos.
Palavras-chave
Epidemiologia; Sífilis congênita; Cuidado Pré-Natal; Correlação de dados.
Área
Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
MANOEL VITOR MANOEL VITOR MARINHO, DANIELLE FREITAS HENRIQUES, DAYANNE DE NAZARÉ DOS SANTOS, ANA PAULA REZENDES DE OLIVEIRA, KETHULLY SOARES VIEIRA