57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

AÇÃO DO ÁCIDO KÓJICO SOBRE QUERATINÓCITOS DA LINHAGEM HaCaT DURANTE INFECÇÃO COM Leishmania (L.) amazonensis.

Introdução

As Leishmanioses são um grupo de doenças de caráter antropozoonótico, causadas por diferentes espécies de protozoários intracelulares obrigatórios flagelados do gênero Leishmania., sendo a espécie Leishmania (Leishmania) amazonensis, responsável pela Leishmaniose Cutânea Localizada (LCL) e pela Leishmaniose Cutânea Difusa (LCD). Apesar de existir uma variedade de tratamento atualmente disponível, ainda se torna necessário, estudos para o desenvolvimento de drogas que sejam de baixo custo e utilizadas em doses mínimas. O bioproduto Ácido Kójico (AK), é um metabólito secundário proveniente de fungos do gênero Aspergillus que apresenta ação na ativação de macrófago, ação leishmanicida, agente clareador da pele, bem como apresenta atividade antioxidante e antitumoral. Os queratinócitos são as mais abundantes células na epiderme e a principal fonte de moléculas imunomoduladoras, são células importantes no combate à microorganismos e apresentam como principais funções a produção de citocinas e quimiocinas.

Objetivo(s)

Avaliar a ação do AK, durante infecção de queratinócitos da linhagem HaCaT por Leishmania (L.) amazonensis. As células foram infectadas com Leishmania (L.) amazonensis por 24 horas e tratadas com 50 e 100 µg/mL de AK durante 24 horas.

Material e Métodos

Foi feita coloração com Giemsa e análise por microscopia de campo claro, marcação com faloidina para detecção de filamentos de actina e análise por microscópio de fluorescência.

Resultados e Conclusão

Foi possível observar presença de amastigotas nas células não tratadas e tratadas na concentração de 50 µg/mL. Entretanto, não foram observadas formas amastigotas em células tratadas com 100 µg/mL, o que pode indicar que o AK esteja atuando como agente leishmanicida. Além disso, as células infectadas apresentaram maior espraiamento, aumento da polimerização dos filamentos de actina, além de formação de filopódios quando utilizada a concentração de 100 µg/mL. Outro dado importante observado foi a presença de inúmeras estruturas semelhantes a corpos lipídicos nas células tratadas com 50 µg/mL e 100 µg/mL. Os resultados observados permitem concluir que o ácido kójico não foi citotóxico para os queratinócitos da linhagem HaCaT, além de possuir ação sobre células infectadas, induzindo ativação e consequente eliminação do parasito após tratamento na concentração de 100 µg/mL do AK.

Palavras-chave

Leishmaniose tegumentar; queratinócitos; HaCaT; Ácido Kójico; Leishmania (Leishmania) amazonensis.

Área

Eixo 06 | Protozooses

Autores

Alícia Renata Lima Cerqueira, Lienne Silveira Moraes, Adan Jesús Galué Parra, Ana Paula Tabaranã Affonso, Edilene Oliveira Silva