Dados do Trabalho

Título

Monitoramento de vetores das leishmanioses em localidades rurais e peri urbanas do Norte do Estado de Goiás, com identificação das espécies de Phlebotomíneos (Dípteros: Psichodidae) e seus abrigos artificiais

Objetivo(s)

Identificar as espécies de flebotomíneos capturados no norte de Goiás, sendo em áreas peri-urbanas e rural.
Localizar os abrigos artificiais e a quantidade de flebotomíneos capturados nestes locais e as espécies durante quatro dias.

Material e Métodos

Para a captura dos insetos foram utilizadas armadilhas luminosas do tipo CDC, que foram instaladas no curral, chiqueiro, galinheiro e em outros abrigos artificiais. A identificação foi realizada através de microscopia óptica, após preparo dos phlebotomíneos (diafanização) e montagem entre lâmina e lamínula impregnado com Balsamo do Canada. Identificação das espécies baseadas nas chaves dicotômicas de Young e Duncan, 1994 e Galati, 2017.

Resultados e Conclusão

Foram capturados 10.028 flebotomíneos e identificados 8.811 indivíduos, principalmente das espécie Lu. longipalpis com 6.427 exemplares (72,94%) vetor da Leishmaniose Visceral e Ny. whitmani (928 exemplares) vetor da Leishmaniose Tegumentar Americana. A presença em maior quantidade de phlebotomíneos no curral e no chiqueiro , na zona rural, sugerem maior acúmulo de matéria orgânica depositada no solo, e possível local de desenvolvimento de formas imaturas e proximidade de fontes sanguíneas para as formas aladas fêmeas maturarem seus ovos. Estudos concluíram que flebotomíneos da espécie Lu. longipalpis tende a se concentrar em locais fora da casa, no peridomicílio e nos abrigos de animais. Isto justifica um maior índice de infecção em cães por dormirem, com frequência, fora das casas do que em humanos. E, de que igual maneira a exposição humana a picada de Lu. longipalpis nas residências precárias onde as construções apresentavam furos nas paredes e no teto (Rangel, E. 2003). As espécies encontradas habitando as localidades de Fazenda Passa a Três e Fazenda Bela Vista, são espécies com potencial de transmissão de Leishmanioses, e se apresentaram em grande número de indivíduos, a espécie Lu. longipalpis, com mais de 6.822 exemplares, e em menor número a espécie Ny. whitmani. A proliferação de flebotomíneos no peridomícilio, como sugere este trabalho, está associada ao acumulo de matéria orgânica nas proximidades de animais domésticos fonte de alimentos para as fêmeas. Monitorar animais domésticos, principalmente cães da localidade, e se possível fazer a sorologia destes animais, quando suspeito de casos humanos ou caninos, além do uso de coleiras anti vetor. Diminuir o acúmulo de material orgânica e afastar os abrigos dos animais da residência.

Palavras-chave

Leishmanioses, Trypanosomatidae, Vigilância de Vetores.