57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Perfil epidemiológico da hanseníase entre os anos de 2001 e 2021 no estado do Pará.

Introdução

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa de caráter crônico e granulomatoso causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, que afeta principalmente os nervos periféricos, olhos e pele. O Brasil encontra-se em segundo lugar no ranking mundial de maior incidência da doença. A moléstia pode ser transmitida por contato próximo, como também pode ocorrer a exposição prolongada às gotículas de saliva e secreções respiratórias do doente multibacilar sem tratamento, contribuindo no pior prognóstico do paciente. Pode apresentar diversas formas clínicas como: indeterminada, dimorfa, virchowiana e tuberculóide.

Objetivo(s)

O estudo objetivou realizar a análise epidemiológica acerca da hanseníase abrangendo os aspectos referentes ao sexo, escolaridade e forma predominante na população, nos últimos 20 anos.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo de caráter descritivo, transversal, exploratório e retrospectivo que utilizou os dados do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), considerando variáveis independentes como o nível de escolaridade, sexo e a forma clínica da doença, no estado do Pará. O período considerado foi entre os anos de 2001 e 2021.

Resultados e Conclusão

Nos últimos 20 anos, a hanseníase no Pará tem-se mostrado em maior número entre os homens. A média aritmética referente à escolaridade dos indivíduos afetados com menos de 8 anos de estudo (3086 casos) mostrou-se em tendência de queda a partir do ano de 2004, número superior comparado com aqueles com mais de 8 anos de estudo ( média de 845 casos). Em relação à média aritmética da forma clínica predominante, a hanseníase dimorfa apresentou um número superior com 1641 casos em comparação com as outras formas clínicas da doença. A macrorregião VI do estado obteve destaque quanto ao maior volume de casos ao longo de todos os anos, seguido da macrorregião I e logo em seguida com percentuais muito próximos, as macrorregiões II e III. Ademais, todas as macrorregiões apresentaram tendência de queda ao longo dos anos após o pico do ano de 2004. Os achados demonstram um perfil homogêneo da doença nos anos analisados, sendo relevante a maior frequência da doença entre os homens, principalmente nos de baixa escolaridade, sendo a forma mais comum a hanseníase dimorfa. Assim, destaca-se a necessidade de melhorias na atuação da medicina preventiva, na atuação das ações da vigilância epidemiológica e na atuação da atenção primária à saúde do homem no estado do Pará.

Palavras-chave

Epidemiologia; Hanseníase; doenças endêmicas

Área

Eixo 10 | Outras infecções causadas por vírus

Autores

Ailin Castelo Branco, Arthur Cavalcante Lopes, Ana Luiza Vasconcelos Pereira, Bianca Lumi Inomata da Silva, Felipe Kiyoshi Yoshino, Glória Calandrini de Amorim, Luane do Amor Divino Mattos, Lucas da Silva Vinagre, Micandria Yanka Fender Lobato, Thalyta Alves Rodrigues, Saul Rassy Carneiro