57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Análise epidemiológica dos casos confirmados de HIV no município de Belém do Pará durante o período de 1985-2021

Introdução

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma Infecção Sexualmente Transmissível incurável cujo agente etiológico é o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Apesar da ampla divulgação dos riscos e formas de prevenção, a incidência dessa doença permanece significativa em Belém do Pará.

Objetivo(s)

Analisar epidemiologicamente os casos confirmados de HIV no período de 1985 a 2021.

Material e Métodos

Trata-se de estudo transversal e descritivo embasado em análise de dados do DATASUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde) originados do SINAN (Sistema de Informações de Agravos e Notificação) sobre os casos confirmados de infecção por HIV, em Belém do Pará, durante o período de 1985 a 2021.

Resultados e Conclusão

Segundo os dados, em Belém do Pará foi notificado um total de 7.551 casos confirmados, com máximo de 99 (1,31%) até 1993. A partir de 1994 até 1999, os casos se mantiveram entre 110 (1,4%) e 192 (2,5%), com exceção dos 94 (1,3%) casos em 2000. De 2001 a 2015, o número anual de casos se manteve a partir de 150 (1,9%), em 2001, e máximo de 345 (4,5%) em 2005 e média de 243 (3,2%) para o período. Em 2016, o total de casos saltou para 457 (6,2%), caindo para 370 (4,9%) em 2019, mas com pico de 892 (11,8%) em 2017. Já em 2020, os casos decresceram para 246 (3,2%) e findaram em 120 (1,5%), em 2021. Referente ao sexo, os homens foram mais acometidos em comparação às mulheres, atingindo a marca de 70% dos casos, com razão de sexo de 2,2 (M:F), ou seja, 22 homens para cada 10 mulheres. Acerca da idade, o estrato etário geral mais afetado esteve entre 22-34 anos (46%), seguido de 35-49 anos (36%) e 50-64 anos (11%). Acerca da escolaridade, a maioria dos casos, 1.548 (20%), corresponderam da 5ª à 8ª série incompleta. Apesar da notificação inicial discreta, os números demonstraram média crescente até 2019, com ápice de 892 (11,8%) casos confirmados em 2017. Isso pode relatar vigilância epidemiológica mais efetiva, bem como a crescente vertiginosa a partir de 2016 sugerir grave descuido pessoal da população na prevenção da doença. A queda abrupta em 2021 pode decorrer da subnotificação pandêmica. As faixas etárias mais infectadas correspondem à vida adulta, período em que se espera maior atividade da vida sexual, o que pode aumentar a exposição e o risco. A escolaridade remonta o acesso escasso à informação, o que influencia a prevenção, sendo necessárias a retomada da vigilância e implante de estratégias que visem o decréscimo da infecção por HIV na cidade.

Palavras-chave

Perfil epidemiológico; AIDS; HIV

Área

Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias

Autores

Ailin Castelo Branco, Arthur Cavalcante Lopes, Ana Luiza Vasconcelos Pereira, Bianca Lumi Inomata da Silva, Felipe Kiyoshi Yoshino, Glória Calandrini de Amorim, Luane do Amor Divino Mattos, Lucas da Silva Vinagre, Micandria Yanka Fender Lobato, Thalyta Alves Rodrigues, Saul Rassy Carneiro