Dados do Trabalho

Título

OCORRÊNCIA DE CASOS HUMANOS DE HIDATIDOSE POLICÍSTICA NEOTROPICAL ENTRE 2004 E 2021 NA AMAZÔNIA ORIENTAL BRASILEIRA

Introdução

A Hidatidose (Equinococose) é uma infecção parasitária que acomete o homem e algumas espécies de animais causada pelo desenvolvimento larvar de cestóides das espécies do gênero Echinococcus, que alberga nove espécies, sendo quatro de interesse para a saúde pública mundial: o E. granulosus , o E. multilocularis, o E. oligarthrus ou oligarthra e o E. vogeli.

Objetivo(s)

Identificar a etiologia da Hidatidose Policística Neotropical (HPN) em casos humanos procedentes da Amazônia oriental brasileira.

Material e Métodos

O presente estudo baseou-se nos aspectos demográficos, epidemiológicos e etiológicos dessa parasitose em casos humanos consecutivos da Amazônia oriental brasileira encaminhados para diagnóstico à Seção de Hepatologia do Instituto Evandro Chagas da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde em Belém, Pará, Brasil, no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2021. A sorologia realizada por meio de testes imunoenzimáticos para a detecção de anticorpos qualitativos da classe IgG contra o Echinococcus foi utilizada como triagem de casos suspeitos de HPN. O diagnóstico etiológico final foi realizado por microscopia óptica (convencional e de polarização) e pelo Sequenciamento das amostras amplificadas pela Reação em cadeia de polimerase (PCR) na região da Citocromo oxidase1/COX1.

Resultados e Conclusão

Levantou-se 349 casos de pacientes portadores de lesões císticas tumorais, 8,3% (29/349) com o diagnóstico de HPN destes 93,1% (27/29) procedentes do estado do Pará e 6,9 % (2/29) do estado do Amapá. A amplitude das idades dos pacientes foi de 6 a 79 anos, 51,7% eram do sexo feminino e 55,2% moradores de área urbana. Os exames de imagens, revelaram que o fígado foi o órgão mais comprometido em 79,3% (23/29) dos casos. Os principais sinais/sintomas relatados foram icterícia de escleróticas, magreza, colúria, ascite, hepatoesplenomegalia, dor abdominal, febre, vômitos, náuseas e calafrios. Diagnosticou-se o E. vogeli em 96,6% (28/29) dos pacientes e o E. oligarthrus em 3,4% (1/29). Nesta casuística seis (20,7%) pacientes evoluíram ao óbito, cinco deles relacionados à doença. O presente estudo ampliou para 69 o número de casos de HPN na Amazônia oriental brasileira, com alta frequência de infecção pelo E. vogeli, citando ainda o registro inédito do primeiro caso humano de infecção pelo E. oligarthrus na Amazônia brasileira.

Palavras-chave

Echinococcus, Hidatidose Policística Neotropical, Casos humanos, Amazônia oriental brasileira