Dados do Trabalho
Título
Análise do efeito subletal do biolarvicida espinosade no ciclo biológico de Aedes albopictus (Skuse, 1895) (Diptera: Culicidae) de Manaus-AM, em condições de laboratório
Introdução
O controle de mosquitos vetores ocorre principalmente com inseticidas, sendo o biolarvicida Espinosade® o mais utilizado atualmente no manejo de insetos de importância agrícola e médica. Nesse contexto, elucidar o comportamento de vetores ao produto torna-se relevante para otimização de estratégias de controle eficientes em situações específicas.
Objetivo(s)
Avaliar o efeito da concentração subletal CL50 do larvicida espinosade no tempo médio dos estágios imaturos e tempo médio do ciclo de vida de mosquitos Aedes albopictus, de Manaus/AM, em condições de laboratório.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido no Laboratório de Controle Biológico e Biotecnologia da Malária e Dengue do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), utilizando-se larvas da F1 . Os imaturos foram divididos em dois grupos: uma população controle e uma população exposta a CL50 (0,027 mg/L) do biolarvicida. Cerca de 1.600 larvas de primeiro estágio foram utilizadas, divididas em 800 para cada um dos grupos descritos. O experimento consistiu em 8 réplicas com 100 de larvas, mantidos em recipientes contendo 1L de água destilada e alimento (0,05g) adicionado a cada cinco dias (27 ± 1 °C, 80-90% e 12L:12D), com avaliação do ciclo biológico realizada diariamente.
Resultados e Conclusão
Para o tempo médio do estágio larval, a população exposta ao espinosade apresentou tempo reduzido quando comparado a população controle, que permaneceu quase o triplo de dias no estágio de larva, evidenciando-se diferença significativa (Mann-Whitney, p=0,0008). Contudo, essa diferença não foi verificada para o estágio de pupa (Teste t de Student, p>0,05). O tempo médio de desenvolvimento dos imaturos até a emergência dos adultos foi maior na população controle (14 dias), enquanto que a população exposta ao espinosade desenvolveu-se em metade do tempo constatado (7 dias), mas essa diferença não foi evidenciada estatisticamente (Teste t de Student, p>0,05). A dinâmica do primeiro contato dos insetos com o larvicida pode explicar a redução do tempo de desenvolvimento dos estágios imaturos e do ciclo de vida do mosquito, uma vez que esses aspectos são essenciais para garantir a sobrevivência e prevalência da espécie. Portanto, considera-se a realização de estudos em mais gerações do mosquito, a fim de identificar características diagnósticas de resistência da espécie e contribuir para a elaboração de estratégias de controle e manejo de vetores.
Palavras-chave
Mosquitos, Controle biológico, Suscetibilidade.
Área
Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Kelly Indaiá da Costa Macêdo Gralha, William Ribeiro da Silva, Rosemary Aparecida Roque