57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS E OPERACIONAIS DOS MUNICÍPIOS COM GRUPOS DE AUTOCUIDADO EM HANSENÍASE NO BRASIL

Introdução

Objetivo(s)

Caracterizar os municípios com grupos de autocuidado (GAC) em hanseníase existentes quanto aos indicadores epidemiológicos e operacionais

Material e Métodos

Trata-se de um estudo transversal e descritivo realizado entre março de 2021 a julho de 2022. Duas etapas foram desenvolvidas: 1) Identificação dos municípios com GAC existentes em 2019 junto a coordenadores estaduais do Programa Nacional de Controle do Hanseníase e membros de organizações sociais; 2) Caracterização dos municípios quanto aos indicadores epidemiológicos e operacionais, considerando casos novos (CN) de hanseníase diagnosticados e notificados no SINAN em 2019 tendo como base populacional as projeções do DATASUS. Os dados foram coletados através do SINAN–ESUS/SVS/MS.

Resultados e Conclusão

Foram identificados 113 grupos situados em 51 municípios, distribuídos em 21 estados e Distrito Federal principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste, apesar da limitação relativa ao desconhecimento dos números precisos de GAC existentes nos territórios por parte dos informantes. Os GAC estavam vinculados a equipamentos de saúde da rede especializada e atenção primária, concentrando-se em municípios com taxa de detecção de CN dentro dos parâmetros de média endemicidade (25%, n=13), muito alta (23%, n=12) e hiperendemicidade (21%, n=11). Dos 27864 CN brasileiros, 4764 (17%) residiam em municípios com GAC. Sobre a taxa de prevalência, 23 (45%) possuem média endemicidade e 16 (31%) classificaram-se no parâmetro de baixa endemicidade. 23 (45%) possuem avaliação de contatos considerada como precária e 19 (37%) classificado como boa e em 45 (88%) municípios há maior proporção de CN de hanseníase multibacilares. Entre menores de 15 anos, equivalem a 20% (n=317) do total de CN. Quanto a taxa de detecção em menores de 15 anos, 20 municípios (39%) possuem baixa endemicidade e 14 (27%) são hiperendêmicos. Nota-se uma concentração dos GAC em municípios endêmicos para hanseníase, sinalizando um olhar sensível para esta estratégia, seja por demanda dos casos, profissionais de saúde e/ou apoio da gestão. Assim, aponta-se para necessidade de compreender as relações causais envolvidas, mapeamento dos GAC seguindo protocolos de pesquisa próximos aos territórios. Reforça-se a importância da construção de indicadores operacionais vinculados aos GACs pela Estratégia Nacional de Enfrentamento a Hanseníase para qualificar as ferramentas de mapeamento e garantir mecanismos de indução financeira.

Palavras-chave

Hanseníase, Grupos de Autocuidado, Indicadores

Área

Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias

Autores

Nágila Nathaly Lima Ferreira, Aymée Medeiros da Rocha, Marize Conceição Ventin Lima, José Alexandre Menezes da Silva, Nicolas Gustavo Souza Costa, Eliana Amorim de Souza, Carmem E. Leitão Araújo