57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DO BRASIL ENTRE OS ANOS DE 2017 E 2021

Introdução

Acidentes com animais peçonhentos (AAP) envolvem feridas causadas por
seres com veneno e aparelho inoculador sendo bastante comum na região sudeste do país.
Algumas espécies de abelhas, serpentes, aranhas e escorpiões podem ser considerados como
animais peçonhentos. De acordo com o Ministério da Saúde, geralmente, cerca de 40% dos
acidentes são registrados entre os meses de dezembro a março pois coincide com o período de
chuva e de férias escolares.

Objetivo(s)

Este trabalho tem como objetivo realizar uma
avaliação do perfil epidemiológico dos acidentes causados por animais peçonhentos no Brasil
no período de 2017 a 2021.

Material e Métodos

Realizou-se um estudo descritivo, retrospectivo
e quantitativo com base nos dados secundários fornecidos pelo Sistema de Informação de
Agravos de Notificação (SINAN), do Departamento de informática do SUS (DATASUS). As
informações coletadas foram armazenadas e tabuladas no programa Microsoft Office
Excel™.

Resultados e Conclusão

Entre os 1.273.622 casos encontrados após análise do período
avaliado, destacam-se os anos de 2019, 2018 e 2020 como mais incidentes, com 285.863,
168.414 e 255.706 casos, respectivamente. As regiões com maior quantidade de AAP foram a
região sudeste 38,77% em primeiro lugar e a região nordeste 35,07% em segundo lugar após a
análise de todas as regiões do Brasil. Ademais, foi identificado que pardos 48,55%, sexo
masculino 54,94% e idade compreendida entre 20 a 39 anos 32,31% são as variáveis
epidemiológicas mais acometidas, justificado na maioria dos casos pela exposição laboral em
áreas rurais e pela prevalência expressiva de pardos na miscigenada população brasileira. Após
avaliação dos casos notificados, notou-se o predomínio da forma leve 83,45%, 1.749 casos
evoluíram para óbito e em 49,9% dos casos o tempo entre a picada e o atendimento médico
levou em torno de 0 a 1 hora, dando destaque aos acidentes com escorpiões 59,65%, aranhas
13,05% e serpentes 11,82% como mais prevalentes. Portanto, os AAP’s estão
intimamente relacionados a geografia do território brasileiro, percebendo-se um vasto
predomínio nas regiões interioranas do país. Além disso, as variáveis socioeconômicas
permitem verificar a relação existente entre esse tipo de acidente e pessoas em situações de
vulnerabilidade, não apenas por apresentarem uma renda significativamente baixa, mas
sobretudo pela carência educacional persistente nessa parcela da população mais exposta.

Palavras-chave

Acidentes; Animais Peçonhentos; Epidemiologia.

Área

Eixo 03 | Acidentes por animais peçonhentos

Autores

Giulia Lins Remor, Pedro Arthur Rodrigues, Natália Crespo, Fernanda Lobo Soares, Ana Clara Silva Fernandes, Leandro Geraldo de Oliveira, Nicolle Crespo, Camila Caldato, Bruno Santos, José Wilker Castro Júnior