Dados do Trabalho

Título

Perfil sociodemográfico e epidemiológico dos casos novos de hanseníase diagnosticados em menores de 15 anos no Estado do Ceará

Introdução

A hanseníase é uma doença crônica e transmissível que atinge qualquer faixa etária. Diagnósticos em menores de 15 anos apontam infecção “recente” e transmissão contínua decorrente do convívio com casos não tratados bem como a tendência epidemiológica, sendo prioridade para o Programa Nacional de Controle a Hanseníase (PNCH).

Objetivo(s)

Descrever o perfil sociodemográfico e epidemiológico dos casos novos de hanseníase notificados em menores de 15 anos no estado do Ceará no período de 2011 a 2021.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo descritivo, transversal e quantitativo. Incluiu-se casos novos de hanseníase diagnosticados e notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação no período de 2011 a 2021 no estado do Ceará. As variáveis incluíram: sexo, raça/cor, classificação operacional e forma clínica, grau de incapacidade, sendo a análise de dados realizada através de software.

Resultados e Conclusão

Foram diagnosticados 1052 casos novos, havendo um decréscimo dos diagnósticos ao longo da série (117 casos em 2011 para 33 casos em 2021). Em 2013 houve a maior detecção com 145 casos. No geral, a maior parte dos acometidos são do sexo masculino (n= 597,56,7%), pardos (n=693, 65,9%), classificação Paucibacilar (PB) (n=618, 58,7%). Ressalta-se que (n=433, 41,2%) são multibacilares (MB). A forma clínica mais frequente foi a Tuberculóide (n=345, 32,8%), seguida das formas Indeterminada (n=232, 22,1%), Dimorfa (n=272, 25,9%) e Virchowiana (n=87, 8,3%). Quanto ao grau de incapacidade, grande parte foi avaliada com grau zero (n=782, 74,3%) destacando o alto número de dados em branco/ignorados (n=44, 4,2%) e não avaliado (n=86, 8,2%). Predominam baciloscopias com resultado negativo (n=598, 78,06%). Denota-se a convergência com achados do Brasil, inclusive acerca do decréscimo ao longo do tempo. Diagnósticos na forma mais grave da doença reforçam a importância da avaliação de contatos e estratégias de enfrentamento da doença considerando o foco de transmissão ativo da doença para detecção precoce principalmente em escolas que configuram espaços de aprendizado e mobilização da comunidade. Apesar dos dados assinalarem o não desenvolvimento de incapacidades, existe um alto porcentagem de casos não avaliados, podendo dificultar ações de prevenção.

Palavras-chave

Hanseníase, Epidemiologia, Saúde Infantil.

Área

Eixo 13 | Tuberculose e outras micobactérias