Dados do Trabalho

Name: 57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical
Start: 2022-11-13
End: 2022-11-16
Location: Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia

Título

Perfil epidemiológico da Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) no estado do Acre, Brasil, no período 2011-2020

Introdução

As leishmanioses são doenças negligenciadas causadas por diferentes espécies de Leishmania. A transmissão ocorre por meio da picada de fêmeas de flebotomíneos infectadas. No Brasil, a Região Norte é área endêmica para a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), sendo o Acre, um dos Estados com maior prevalência da Região.

Objetivo(s)

Para analisar a serie temporal de 2011 a 2020 da LTA em pacientes residentes no estado do Acre desenvolvemos estudo ecológico de base epidemiológica.

Material e Métodos

Os dados secundários dos casos de LTA foram obtidos do Departamento de Vigilância em Saúde, Secretaria Estadual de Saúde do Acre (DVS/SESACRE) e os dados da população dos municípios foram obtidos do TABNET/DATASUS. A análise estatística foi realizada com Epi Info 7.2.3.1 (CDC, Atlanta, EUA) e OpenEpi, Versão 3.

Resultados e Conclusão

No período de 2011 a 2020, foram registrados 10.728 casos de LTA em residentes no estado, principalmente do sexo masculino (72,6%), com idade média de 24,48 (dp=16,15), sendo os maiores percentuais de casos (54%) observados em adolescentes (27%) e adultos jovens (26,6%). Na década estudada, a LTA apresentou taxas de incidência que variaram entre 108,02 e 158,345 por 100 mil habitantes, a maior taxa sendo registrada no ano de 2012. Nesse ano, enquanto a taxa de incidência observada para o sexo feminino foi de 90,72 por 100 mil, no sexo masculino a taxa foi de 225,45 por 100 mil. A maior proporção de casos (59,5%) foi registrada em moradores de zona rural. Em relação à forma clínica, 89% foram registrados com forma cutânea (FC) e 12% da forma mucosa (FM). Os casos registrados com FC foram significativamente (teste T=13,087, p<0,001) mais jovens (média=23,7 anos; dp=15,71) do que os casos com FM (média=31,8 anos; dp=18,25). A FM foi proporcionalmente maior em pessoas do sexo feminino do que masculino (diferença do risco=3,03, IC=1,589-4,467). Dentre os 22 municípios do Estado, Rio Branco (20,1%), Sena Madureira (11,6%) e Xapuri (10,8%) foram os que apresentaram os maiores percentuais de casos registrados. Já os municípios, Porto Walter (1,5%), Jordão (1,3%) e Rodrigues Alves (1,1%) apresentaram os menores percentuais de casos no período. Ações de monitoramento de unidades territoriais de relevância epidemiológica precisam ser tomadas com abordagem multidisciplinar para a implementação de medidas de prevenção, vigilância e controle da doença, especialmente para a população masculina jovem.