57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Avaliação do efeito dos compostos biológicos Bacillus thuringiensis var. israelensis e Espinosade na sobrevida de larvas de Lutzomyia longipalpis (Diptera: Psychodidae) sob condições de laboratório

Introdução

a leishmaniose visceral (LV), transmitida pelo flebotomíneo Lutzomyia longipalpis, continua sendo um grave problema de Saúde Pública principalmente pela expansão a localidades urbanas do Brasil nas últimas décadas. As formas de controle preconizadas no Brasil têm mostrado baixa efetividade na redução de casos e de óbitos. Estes fatos trazem à tona a necessidade de estudos de formas alternativas que possam contribuir em um contexto de manejo integrado.

Objetivo(s)

Comparar a suscetibilidade e a sobrevida de formas imaturas de Lu. longipalpis aos larvicidas biológicos Bacillus thuringiensis var. israelensis (Bti) e Espinosade.

Material e Métodos

foram realizados experimentos com doses de 10 mg e 20 mg dos compostos Bti e Espinosade por grama de alimento oferecido aos recipientes contendo larvas de Lu. longipalpis de terceiro estádio larval. Foram expostas 30 larvas a cada concentração de cada composto, em 3 réplicas para cada tratamento (composto e concentração), com grupo controle nas mesmas condições.

Resultados e Conclusão

no tratamento com Bti foi observada mortalidade de 18,8% na concentração de 10 mg/g e de 50,4% na concentração de 20 mg/g. Quanto ao tempo de desenvolvimento, o tempo mediano de emergência dos alados foi 2,35 vezes maior (20 mg/g) e 1,9 vezes maior (10 mg/g) quando comparados ao controle. Para o composto Espinosade nestas concentrações iniciais, a mortalidade foi de 100%. O ensaio foi repetido com o Espinosade em 4 diluições da menor dose testada anteriormente (10 mg/g), na proporção de 1:10, 1:20, 1: 50 e 1:100, com resultados de mortalidade de 71%, 66,5%, 2,1% e 1,4% respectivamente. A DL90 foi estimada em 6,3 mg/g. Conclusão: Os resultados sugerem potencial uso dos dois compostos testados, em especial o Espinosade, no controle de Lu. longipalpis, podendo ser utilizado como forma complementar as demais formas de controle já instituídas nos programas de controle das doenças veiculadas por este vetor. Estudos em condições de campo são necessários para avaliar o uso potencial destes compostos no controle de Lu. longipalpis.

Palavras-chave

Leishmaniose, vetor, flebotomíneo, controle, imaturos, inseticidas biológicos

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Autores

João Ricardo Ennser, Mariana Dantas, Laura laura Posada-López, Fredy laura Galvis-Ovallos