57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Cenário Epidemiológico da Quarta Onda de COVID-19 no Brasil

Introdução

O primeiro caso de COVID-19 no Brasil foi confirmado no dia 26 de fevereiro de 2020 em São Paulo. Nos dias seguintes, começaram a ser notificados outros casos de COVID-19 em pacientes provindos do exterior. Os casos notificados e óbitos desse agravo cresceram de forma exponencial. A primeira onda teve como ápice o dia 29 de julho de 2020, no qual foi registrado o maior número de óbitos (1.595) e com (69.074) casos notificados. A segunda onda teve seu pico epidêmico no dia 08 abril de 2021 com 4.249 óbitos e com 86.652 casos. A terceira onda teve seu pico epidêmico no dia 05 de fevereiro de 2022 com 1.308 óbitos e 197.442. Agora, no final do junho, verifica-se uma quarta onda de casos e óbitos. Torna-se necessário entender as particularidades desta quarta onda.

Objetivo(s)

Identificar os fatores determinantes que provocaram uma quarta onda no Brasil.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo ecológico descritivo, cujas unidades de análise foram as particularidades do cenário epidemiológico dessa quarta onda. O estudo realizado abrange o período entre maio até primeira semana epidemiológica de julho de 2022. O trabalho iniciou-se após verificar um grande aumento de casos de COVID-19 no país, após mais de um ano e meio do início da vacinação.

Resultados e Conclusão

Estamos enfrentando uma quarta onda com características particulares. Os autotestes realizados nas farmácias são uma novidade. Quando o resultado é positivo muitas vezes não há notificação. Ademais, a subnotificação é total nos autotestes realizados nos domicílios. Enfim, no Brasil testa-se pouco e ainda existe uma grande subnotificação.
A quarta onda coincide com o período do inverno durante o qual as pessoas tendem a permanecer em ambientes fechados facilitando a propagação do vírus. Por outro lado, observa-se um relaxamento na utilização de máscara, concomitante com o retorno das aglomerações em ambientes confinados. Ademais, a taxa de proteção das vacinas decai após meses da vacinação. Para mitigar a disseminação da Covid-19 em uma conjuntura tão favorável à disseminação do vírus. o poder público lançou uma quarta campanha de vacinação que ainda está em andamento.
A presença de variantes com alta transmissibilidade como a BA.2.12.1, o relaxamento de medidas preventivas e a redução da imunidade contra a covid-19 meses após a vacinação são fatores que explicam o aumento de casos e óbitos. Todavia, com a ampliação da vacinação, houve uma redução da gravidade se comparado com as ondas anteriores.

Palavras-chave

COVID-19, Vulnerabilidade, Alta transmissibilidade e vacinas

Área

Eixo 09 | COVID-19

Autores

Leandro Layter Xavier, José Francisco Moreira Pessanha