57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

PREVALÊNCIA DE SÍFILIS EM TRABALHADORAS DO SEXO (TS) NO MUNICÍPIO DE BELÉM, PA, BRASIL.

Introdução

Objetivo(s)

Avaliar as principais variáveis epidemiológicas da sífilis em trabalhadoras do sexo (TS), entre abril a junho de 2021 no município de Belém.

Material e Métodos

Foi realizado um estudo com delineamento transversal, onde 76 TS foram atendidas pela iniciativa Consultório na Rua. Os testes para sífilis foram realizados de acordo com o manual do ministério. Todas as participantes assinaram um TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido) e Termo do Biobanco e responderam um questionário clínico-epidemiológico.

Resultados e Conclusão

Das 76 TS, 23 apresentaram resultado positivo para sífilis, compreendendo uma prevalência de 30,26%. A maioria das TS avaliadas (85%) se consideram como pardas ou pretas. Em relação a escolaridade cerca de 67% não terminou o ensino médio, para os casos positivos essa proporção é de 74%. Sobre a renda média familiar, por volta de 75% das TS avaliadas apresentavam renda igual ou inferior a R$ 2000,00. Ao serem perguntadas sobre sua primeira relação sexual, 69% responderam que tiveram antes dos 15 anos e mais de 95% delas respondeu ter tido sua primeira relação entre os 10 a 20 anos. Entretanto houve uma diferença entre a idade da realização do primeiro programa, sendo que, das que apresentaram resultado negativo, 20% o realizaram antes de completar 18 anos, já as que atestaram positivo, essa proporção foi de 40%. Durante a relação sexual 92% das TS avaliadas afirmaram usar preservativos todas as vezes. Quando perguntadas sobre a sífilis, 90% delas afirmam já terem ouvido falar sobre a doença, entretanto 68% desconhece a forma de transmissão. Em relação aos testagem periódica, cerca de 40% delas nunca realizaram um teste para sífilis, onde para as TS que testaram positivo essa proporção sobe para 52%. Comparando a prevalência de TS positivas para sífilis, que foi de 30,26%, com a média nacional (54,4 casos por 100.000 habitantes) e estadual (25,9 casos por 100.000 habitantes), observa-se que as TS apresentaram taxas de detecção muito acima da média. A alta taxa de detecção justifica a criação de mais políticas direcionadas para essa população chave, considerando o fato de 68% desconhecerem a forma de transmissão e 40% das entrevistadas nunca terem se testados para sífilis evidencia um problema de acesso as iniciativas públicas de testagem e informação. Considerando que uma parcela considerável das TS apresenta condições de péssima moradia e vulnerabilidade, ações de vigilância extramuro se mostram mais eficientes.

Palavras-chave

Sífilis, Trabalhadoras do sexo, Epidemiologia.

Área

Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias

Autores

Amanda Heloysa Baena Von Schusterschitz, Yan Corrêa Rodrigues, Herald Souza dos Reis, Cintya Oliveira Souza, Rebeca Saldanha Fonseca Nazaré, Daniela Cristina Soares, Joana Felicidade Ribeiro Favacho, Luciano Chaves Franco Filho