Dados do Trabalho

Título

Mudanças na Distribuição Espacial da Dengue no Brasil

Introdução

A dengue é considerada a mais importante arbovirose transmitida por mosquitos ao homem, tendo-se em conta tanto a sua elevada morbidade e as formas graves que podem levar ao óbito dos pacientes. A transmissão da dengue é essencialmente urbana, visto que é neste ambiente onde se encontram todos os elementos fundamentais da ecologia da doença: o homem (hospedeiro), o vírus, o vetor (modelo da tríade ecológica). O processo de dispersão da dengue é regulado pela dinâmica da população exposta, pelo quantitativo de pessoas com viremia, pela abundância de vetores, pelo número de pessoas imunes e suscetíveis (variáveis composicionais), por fatores climáticos, como temperatura e pluviosidade e os fatores sociais (variáveis contextuais) e pela existência de quatro diferentes sorotipos do vírus.

Objetivo(s)

Avaliar a dinâmica espacial da dengue, visando compreender o aumento de casos, óbitos e taxa de incidência na região Sul.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo ecológico retrospectivo que analisa a distribuição espacial da dengue atual, 01 janeiro até 18 de junho de 2022, em relação a um período referencial de doze anos, 2008 a 2019. As unidades de análise foram o país e suas regiões geográficas. Foram analisados os dados epidemiológicos fornecidos pelo Ministério da Saúde: casos, óbitos e taxa de incidência deste agravo.

Resultados e Conclusão

Atualmente, a região Centro-Oeste apresenta a maior taxa de incidência de dengue 1630 casos/100 mil hab seguida da Sul 984 casos/ 100mil hab. Ademais, o Sul é a segunda região em taxa de incidência de dengue nas semanas epidemiológicas de inverno. Esta ocorrência é um fato singular, pois a bibliografia registra decréscimo significativo na incidência de dengue, quando as temperaturas são mais baixas.
Durante o período de 2008 a 2019 a região Sul notificou 195 óbitos por dengue. No primeiro semestre de 2022, foram confirmados 585 óbitos por dengue no país, sendo 183 óbitos (Santa Catarina 66, Paraná 60 e Rio Grande do Sul 57) apenas na região Sul, correspondendo a 31,28% do total. Esta mudança da distribuição geográfica da doença é recente e surpreendente. O presente trabalho contempla de forma pioneira e simplificada este fenômeno, que merece outras pesquisas pela importância da dengue na saúde pública do Brasil.

Palavras-chave

Palavras-Chave: Dengue, Epidemiologia, Incidência, Letalidade e Distribuição Espacial.