57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Análise dos aspectos epidemiológicos da Síndrome Respiratória Aguda Grave antes e durante a pandemia da covid-19 no Brasil.

Introdução

As infecções respiratórias apresentam altas taxas de morbidade causadas por vírus respiratórios e representam um importante problema de saúde pública mundial.

Objetivo(s)

Descrever os casos de SRAG hospitalizados e óbitos por SRAG no Brasil nos últimos oito anos e explorar mudanças na distribuição e risco de adoecer e morrer por SRAG, antes e durante o primeiro ano da pandemia de covid-19.

Material e Métodos

Estudo epidemiológico descritivo dos casos e óbitos de SRAG entre 2013 e 2020 no Brasil, considerando o período pré-pandêmico (2013-2019) e o primeiro ano de pandemia pela covid-19 (FYP-2020). Foi estimado o excesso de casos e óbitos de SRAG no FYP, e o risco de mortalidade e infecção por SRAG atribuíveis ao FYP (denominados MRAP e IRAP, respectivamente).

Resultados e Conclusão

No primeiro ano da pandemia de covid-19 no Brasil, observou-se um excesso de 425.054 casos e 109.682 óbitos, com aumento significativo no risco de adoecer e morrer por SRAG, com IRAP 200,1 e MRAP de 51,7 casos por 100.000 hab. No período pré-pandêmico no Brasil, a média anual de casos de SRAG foi de 26.499, correspondendo a uma taxa média de incidência de 12,9 casos por 100.000 hab. Os casos não especificados de SRAG tiveram a maior taxa média de incidência nesse período (8,4/100.000 hab.), seguidos por SRAG por influenza (2,2/100.000 hab.) e outros vírus respiratórios (1,9/100.000 hab.). Durante o FYP observou-se uma redução considerável nos casos de SRAG por influenza (-2.743) e outros vírus respiratórios (-1.469) em relação ao período pré-pandêmico. No período pré-pandêmico, a maior taxa média de mortalidade foi para SRAG não especificado (0,9/100.000 hab.), seguido de SRAG por influenza (0,3/100.000 hab.). Em 2020, as mortes por SRAG por covid-19 foram o maior grupo, com taxa de mortalidade de 42,0 por 100.000 hab. Com a pandemia também se observou uma redução nos óbitos por SRAG por influenza (-515) e outros vírus respiratórios (-58) em relação ao período pré-pandêmico. Concluímos que um importante aumento na morbimortalidade por SRAG foi observado no FYP, além do impacto na identificação e circulação de outros vírus com o início da circulação do SARS-CoV-2. Reforçamos o monitoramento epidemiológico e laboratorial contínuo desta Vigilância, qualificando a resposta laboratorial na identificação e sequenciamento de potenciais agentes virais pandêmicos e seu monitoramento pela vigilância epidemiológica.

Palavras-chave

SARI, COVID-19, Influenza

Área

Eixo 09 | COVID-19

Autores

Felipe Cotrim de Carvalho, Erica Tatiane da Silva, Walquiria Aparecida Ferreira de Almeida, Greice Madeleine Ikeda do Carmo, Matheus Almeida Maroneze, Cássia de Fátima Rangel Fernandes, João Pedro Vieira Jardim, Henry Maia Peixoto