57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO DA ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA APLICANDO MÉTODOS PARASITOLÓGICO E DE BIOLOGIA MOLECULAR EM ÁREA ENDÊMICA DE BELÉM, ESTADO DO PARÁ, AMAZÔNIA, BRASIL

Introdução

O Schistosoma mansoni é o único causador da esquistossomose nas Américas. No Brasil este agravo está presente em 19 Unidades Federativas, sendo o Estado do Pará um desses focos de transmissão da doença. A técnica de Kato-Katz é até hoje considerada o padrão ouro para o diagnóstico da esquistossomose. No entanto, em áreas de baixa endemicidade, a sensibilidade desta técnica é limitada.

Objetivo(s)

O objetivo desta pesquisa foi avaliar a esquistossomose mansônica em uma área endêmica localizada em Belém-Pa, utilizando os métodos: parasitológico (Kato-Katz -KK) e molecular (PCR em Tempo Real –qPCR), para verificar a ocorrência da infecção por S. mansoni na área de estudo.

Material e Métodos

Este trabalho foi desenvolvido no Município de Belém, no Bairro da Terra Firme, onde foram coletadas 200 amostras de fezes para serem avaliadas pelos métodos qPCR e KK, utilizando 12 lâminas (KK12L). Além da busca ativa de caramujos do gênero Biomphalaria para verificação da infectividade.

Resultados e Conclusão

A idade dos participantes variou de 2 a 88 anos, com média de 36 anos, sendo 52,5% do sexo feminino e 47,5% do masculino. A taxa de positividade para S. mansoni pelo método KK12L variou de 5% (10/200) a 10% (20/200), dependendo do número de lâminas utilizadas, já o método qPCR apresentou uma taxa de positividade bem maior, 42,5% (85/200). A faixa etária mais acometida foi de 10 a 20 anos com uma taxa de positividade de 10,5% para a qPCR e 3,5% (KK12L). O sexo com o maior número de positivos foi o masculino para ambos métodos (24,5%, qPCR) e (6,5%, KK12L). A intensidade da infecção foi baixa, sendo a carga parasitária média de 20 ovos por grama de fezes. Já a qPCR, revelou um Ct médio de 32,66. Foram coletados em 06 coleções hídricas da Terra-Firme, 135 caramujos do gênero Biomphalaria, dos quais 123 encontravam-se vivos, sendo dois desses positivos para S. mansoni. Neste contexto, foi observado que este agravo está bem estabelecido no bairro da Terra Firme, uma vez que todos os elementos necessários para a manutenção do ciclo de vida deste parasito encontram-se presentes nesta área, ou seja, indivíduos e caramujos do gênero Biomphalaria infectados para S. mansoni. Sendo assim, reforça-se que a qPCR é uma excelente ferramenta para rastrear indivíduos portadores de S.mansoni em áreas com a carga parasitária baixa, sendo uma técnica apropriada para a vigilância epidemiológica da esquistossomose em regiões de baixa endemicidade na Amazônia e no Brasil.

Palavras-chave

Esquistossomose, Diagnóstico molecular, Amazônia, Brasil.
Apoio: IEC/CNPq.

Área

Eixo 07 | Helmintíases

Autores

Eluélly Lorrane da Conceição Rodrigues, Wellington Wagner da Silva Monteiro, Giselle Maria Rachid Viana, Pedro Miguel Santos Ferreira, Christiane de Oliveira Goveia, Sheila Paula da Costa Prestes, Martin Johannes Enk, Alba Lúcia Ribeiro Raithy Pereira, Joyce Favacho Cardoso Nogueira