57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE DE INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS E OPERACIONAIS DA HANSENÍASE NO ESTADO DO PARÁ, ENTRE O PERÍODO DE 2001-2020

Introdução

A Hanseníase é uma das doenças crônicas infectocontagiosas e uma das principais causas de incapacidades físicas, e tem como agente etiológico o Mycobacterium leprae. O agravo se mantém como um problema de saúde pública, principalmente no Brasil que apresenta a segunda maior taxa de detecção mundial, estando o estado do Pará na quarta posição de prevalência e em segundo lugar entre as taxas de detecção de casos novos de hanseníase na região Norte.

Objetivo(s)

Analisar os indicadores epidemiológicos e operacionais de casos novos de hanseníase no estado do Pará, por meio de uma série histórica, no período de 2001 a 2020.

Material e Métodos

É um estudo ecológico transversal e comparativo entre os indicadores epidemiológicos e operacionais, utilizando banco de dados com 79.039 casos novos de Hanseníase notificados no Estado do Pará no período do estudo, provenientes do SINAN, e disponibilizados pela Secretaria Estadual de Saúde do Pará (SESPA). Indicadores analisados: (1) coeficiente de detecção anual de casos novos, (2) coeficiente de detecção de casos novos na população <15 anos, (3) proporção de casos novos com grau 2 de incapacidade física, (4) proporção de cura, (5) proporção de abandono e (6) proporção de casos com grau de incapacidade avaliado no diagnóstico.

Resultados e Conclusão

O indicador (1) mostrou que o estado permaneceu hiperendêmico até 2014, evoluindo para “muito alto” nos anos seguintes, e “alto” em 2020. O indicador (2) mostrou-se estável em “hiperendêmico” nos primeiros 19 anos da série, apresentando melhora em 2020 para “muito alto”. O indicador (3) evoluiu de “baixo” (2001-2006) para “médio” (2007-2020). O indicador (4) apresentou-se “bom” (2001-1014), evoluindo para “regular” em seguida, e “precário” em 2020. O indicador (5) apresentou índice “bom” em quase toda série histórica (2001-2018), evoluindo para “regular” (2019-2020). O indicador (6) predominou como “bom” em quase toda série.
Conclusão:
Os indicadores epidemiológicos (1, 2 e 3) apontam que a hanseníase ainda se mantém ativa no estado, embora os resultados apontem alguma melhora. Os indicadores operacionais (4, 5 e 6) não apontaram melhora na qualidade do serviço de saúde A pesquisa colabora com o meio científico e à vigilância ao demonstrar que o estado do Pará ainda apresenta a hanseníase como um problema sério de saúde pública, necessitando de atenção por parte da vigilância epidemiológica local, a fim de direcionar políticas públicas para o combate e controle da doença.

Palavras-chave

Hanseníase. Epidemiologia. Indicadores em Saúde Pública.

Área

Eixo 13 | Tuberculose e outras micobactérias

Autores

Flávia Lethycia Baia da Fonseca, Samanta Da Silva Costa Raminho, Erikassiane Erikassiane Paes Pinheiro, Michelle Ingrid Assis da Silva, Arnaldo Jorge Martins Filho