57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR PARACOCCIDIOIDOMICOSE NAS REGIÕES BRASILEIRAS, NO PERÍODO DE 2010 A 2020

Introdução

A paracoccidioidomicose (PCM), principal micose sistêmica no Brasil, tem uma elevada incidência em locais de clima úmido e nas áreas com atividades agrárias, com destaque para a Amazônia. Sendo os seus principais agentes etiológicos fungos das espécies, Paracoccidioides brasiliensis e Paracoccidioides lutzii. Ademais, a notificação compulsória é implementada apenas em determinadas unidades federativas, contribuindo com a falta de informações e reduzindo o desenvolvimento de políticas de prevenção e tratamento.

Objetivo(s)

Nesse contexto, buscou-se analisar o perfil epidemiológico dos óbitos por paracoccidioidomicose nas regiões brasileiras, por residência, entre 2010 e 2020.

Material e Métodos

Como metodologia utilizou-se um estudo transversal, retrospectivo com abordagem quantitativa, a partir da análise de dados do Sistema de Informações Sobre Mortalidade (SIM), disponíveis no sistema do DATASUS, entre 2010 e 2020. As variáveis epidemiológicas pesquisadas foram: região, sexo, escolaridade, cor/raça e faixa etária dos óbitos.

Resultados e Conclusão

Dessa forma, no período estudado, verificou-se 778 notificações de óbitos, nas 5 regiões brasileiras, com uma média anual de aproximadamente 70,3 mortes por ano, sendo possível observar a região Sudeste com a maioria dos casos de óbitos, 45,76%, seguida da região Sul, 22,88%, Norte, 13,62%, e Centro-Oeste com 12,85%, já com um menor número de notificações estão os estados no Nordeste, somando 4,88% dos óbitos motivados pela PCM. Em relação as taxa de mortalidade por sexo, a população masculina apresentou 85,73% do total de óbitos. A cor/raça com maior percentual constatado foi a população branca com mais da metade dos óbitos, 52,31%, prosseguida da população parda com 33,29%. O público entre 50 e 69 anos acumula 53,47% das mortes, já os indivíduos com uma faixa etária de 1 a 19 anos apresentam um percentual de 3,99% das notificações. No que tange à escolaridade, os habitantes com 1 a 7 anos de estudo, apresentam 52,82%, com um número menor de óbitos das pessoas que possuem a partir de 8 anos de estudo. Assim, conclui-se que o perfil epidemiológico com maior índice de óbitos por PCM foram pessoas do sexo masculino, residentes da região sudeste brasileira, brancos, com idade entre 50 e 69 anos e com 1 a 7 anos de estudo.

Palavras-chave

Paracoccidioidomicose, Óbitos, Regiões do Brasil.

Área

Eixo 12 | Infecções causadas por fungos

Autores

Adailson da Silva Moura Júnior, Brunna do Socorro Moura de Sousa, Érika Costa Lopes, Fernando Augusto Miranda da Costa