57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS E OPERACIONAIS DA HANSENÍASE NAS MESORREGIÕES DO ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2001 A 2020

Introdução

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, de caráter crônico, causada pelo Mycobacterium leprae.

Objetivo(s)

Analisar os indicadores epidemiológicos e operacionais de casos novos de hanseníase nas mesorregiões do Pará (PA).

Material e Métodos

Estudo ecológico transversal e comparativo dos indicadores da Hanseníase notificados no PA, de 2001 a 2020, oriundos do SINAN, cedidos pela Secretaria Estadual de Saúde. Fez-se comparação entre mesorregiões administrativas do estado. Indicadores analisados: 1) taxa de detecção anual de casos novos, 2) taxa de detecção de casos novos na população <15 anos, 3) proporção de casos novos com grau 2 de incapacidade, 4) proporção de cura, 5) abandono e 6) casos com grau de incapacidade avaliado no diagnóstico. Na análise, foi feita comparação dos indicadores entre mesorregiões através da elaboração de um “score” de 1 a 6. Para cada indicador, foi feita comparação anual entre mesorregiões, onde atribuiu-se “score” 1 para o melhor indicador, e 6 para o pior indicador. Ao fim da série, a soma dos “scores” mostrou menor valor para a melhor situação epidemiológica. Em seguida, somou-se os “scores” dos indicadores estudados, obtendo um “score” geral, com menor valor para a melhor situação epidemiológica.

Resultados e Conclusão

Indicadores epidemiológicos (1, 2 e 3) mostraram que a mesorregião Sudeste apresenta pior cenário (score=285), ao contrário da mesorregião do Baixo Amazonas (score=146); indicadores operacionais (4, 5 e 6) mostraram que a mesorregião do Marajó apresenta pior cenário (score=296), e a mesorregião Sudeste melhor situação operacional (score=159). Na análise geral, com todos os indicadores, mesorregiões Marajó, Sudoeste, Sudeste, Metropolitana, Nordeste e Baixo Amazonas apresentaram “scores” 474, 449, 444, 403, 392 e 350, respectivamente.
indicadores epidemiológicos (1, 2 e 3) mostraram que o Sudeste apresenta pior cenário, com a doença mais ativa, e o Baixo Amazonas com menor “score”; já os indicadores operacionais (4, 5 e 6) mostraram que o Marajó apresenta pior cenário, revelando má qualidade no serviço de saúde, enquanto o Sudeste apresentou melhor situação operacional. A análise geral mostrou que o Marajó apresenta maior “score”, correspondendo ao pior cenário epidemiológico geral, enquanto o Baixo Amazonas apresentou o menor “score”. A má qualidade no serviço de saúde no Marajó sinaliza subnotificação de casos, induzindo à falsa interpretação de bom cenário para os indicadores epidemiológicos (1, 2 e 3).

Palavras-chave

Hanseníase, Epidemiologia, Indicadores.

Área

Eixo 13 | Tuberculose e outras micobactérias

Autores

SAMANTA DA SILVA COSTA RAMINHO, FLÁVIA LETHYCIA BAIA DA FONSECA, ERIKASSIANE PAES PINHEIRO, ROBERTO LOPES PEREIRA, SARAH TAINAH TAVARES BAPTISTA, DANIEL DO AMARAL GLÓRIA, MICHELLE INGRID ASSIS DA SILVA, ARNALDO JORGE MARTINS FILHO