57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Casos notificados de Doença de Haff no Estado do Pará no período de 2021 a Junho de 2022

Introdução

A doença de Haff consiste em uma rabdomiólise que está relacionada com a ingestão de pescados. Ocorre a elevação sérica de creatinofosfoquinase ocasionando o escurecimento da coloração da urina, conhecida como urina preta.

Objetivo(s)

Avaliar os casos suspeitos notificados para doença de Haff encaminhados ao Laboratório Central do Estado do Pará

Material e Métodos

O estudo foi realizado a partir de análises das notificações registradas em relatórios de investigação epidemiológica específico para o agravo da doença de Haff, desenvolvido pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Estado do Pará.

Resultados e Conclusão

Foram notificados 30 casos suspeitos de doença de Haff em 2021 e 8 casos até junho de 2022. Das notificações em 2021, 11 (36,67%) foram oriundos de Santarém, 3 (10%) Belém, 3 (10%) Juruti, 2 (6,67%) Almeirim, 2 (6,67%) Breves e 2 (6,67%) Castanhal. Em 2022, transcorreu 1 (12,5%) em Breves, 1 (12,5%) Marabá, 1 (12,5%) Terra Santa e 3 (37,5%) Óbidos. Os principais sinais e sintomas relatados após a ingestão dos pescados foram: dor muscular intensa, dor abdominal, dor cervical, mialgia, fraqueza muscular, náuseas, vômito fétido, falta de ar, extrema rigidez e urina em cor de café. Os pescados ingeridos com maior frequência pelos indivíduos foram, 17 (44,74%) Pacu (Paracatu mesopotâmicos), 8 (21,05%) Tambaqui (Colos soma macropoma), 2 (5,26%) Dourada (Brachyplatystoma flavicans) e 2 (5,26%) camarão, provenientes de água doce. Os materiais recebidos para pesquisa laboratorial foram: urina, soro e pescados os quais foram enviados para o laboratório colaborador para análise de palytoxinas, ovatoxinas e seus análogos. Contudo têm-se observado dificuldades na coleta do pescado, devido ao consumo do mesmo ter ocorrido em sua totalidade pelos indivíduos envolvidos no caso suspeito. A doença de Haff é um Evento de saúde Pública (ESP) por isso todos os casos que atenderem a definição de caso compatível devem ser notificados e sucessivamente realizada a coleta de amostras biológicas (soro e urina) assim como, o alimento envolvido no caso, sobra do prato pronto/servido, na ausência deste, pode-se coletar amostras de porções do mesmo pescado ainda não preparado que ainda esteja no local de preparo/consumo. Portanto, estas ações são fundamentais para a pesquisa de toxinas envolvidas em casos compatíveis com a doença de Haff, cuja evolução pode levar a morte. Logo, o diagnóstico e tratamento precoce são essenciais para melhorar o prognóstico do paciente.

Palavras-chave

Doença de Haff, pescados e Pará

Área

Eixo 01 | Ambiente e saúde

Autores

ERILENE CRISTINA SILVA FURTADO, SUZANA RIBEIRO MELO OLIVEIRA, PATRICIA MIRIAN SAYURI SATO BARROS COSTA, ALBERTO SIMÕES JORGE JUNIOR, VALNETE GRAÇAS DANTAS ANDRADE, SUSAN BEATRIZ BATISTA OLIVEIRA