Dados do Trabalho
Título
Comorbidades e óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave por Covid-19 em Belo Horizonte, Contagem, Betim e Ribeirão das Neves, Minas Gerais. 2020 e 2021
Introdução
Os vírus respiratórios são de grande relevância para a saúde pública pelo potencial de disseminação e a Síndrome Respiratória Aguda Grave - SRAG é de notificação compulsória em território nacional no âmbito da Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional. É imperioso fortalecer as evidências sobre os principais grupos de risco para o agravamento da doença, propiciando um melhor direcionamento na tomada de decisão dos profissionais e nas ações de saúde, tais como a imunização e monitoramento de casos.
Objetivo(s)
Analisar os fatores associados ao óbito em indivíduos com SRAG por Covid-19 residentes de Belo Horizonte, Contagem, Betim e Ribeirão das Neves – Minas Gerais, em 2020 e 2021
Material e Métodos
Estudo transversal, com dados secundários de casos confirmados de SRAG por COVID-19 notificados no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe, residentes de Belo Horizonte, Contagem, Betim e Ribeirão das Neves. Variáveis utilizadas: fator de risco, sexo, faixa etária, raça/cor, escolaridade, internação em Unidade de Terapia Intensiva-UTI, uso de suporte ventilatório e evolução do caso. Calculadas as frequências e razões de prevalência. Estudo dispensa Comitê de Ética em Pesquisa (dados livres e gratuitos). Programa Epi Info V7.2.4.0.
Resultados e Conclusão
Foram estudados 33.030 casos notificados de SRAG por Covid-19 com encerramento até julho de 2021, desses 9.346 (28,30%) evoluíram para óbito. Do total de óbitos com COVID-19, 85,49% (7.990) tinham registro de ao menos um fator de risco sendo as mais frequentes: doença cardiovascular crônica (4.359, 54,56%), diabetes (3.142, 39,32%) e obesidade (1.501, 18,79%). Dos indivíduos que evoluíram para cura 15.579 (65,98%) tinham registros de ao menos um fator de risco. O risco de morrer por Covid-19 foi maior em indivíduos acima de 60 anos (RP=4,83, p=0.000), sem escolaridade (RP=1,60, p=0.000), da raça branca (RP=1,85, p=0.000) e portadores de comorbidades, sendo a doença neurológica crônica que apresentou maior risco (RP=1,70, p=0.000). O óbito associou-se positivamente também com a internação em UTI (RP=3,57, p=0.000) e utilização de suporte ventilatório (RP=2,20, p=0.000). A asma associou-se negativamente ao óbito (RP=0,80, p=0.000). Conclusão: Evidenciou-se, nos municípios estudados, associação entre óbito por SRAG por Covid-19 e faixa etária, comorbidades, escolaridade e raça. O estudo reforça a existência de grupos prioritários para ações de prevenção e monitoramento da Covid-19.
Palavras-chave
Covid-19, Comorbidade, Mortalidade, Hospitalização
Área
Eixo 09 | COVID-19
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Roseli Gomes Andrade, Isabela Farnezi Veloso, Fernanda Santos Botelho, Rita Sibele Souza Esteves