Dados do Trabalho
Título
Acompanhamento sorológico por ELISA da resposta de IgG em pacientes com diagnóstico de leishmaniose tegumentar americana atendidos no INI/FIOCRUZ/RJ no período de 2020 e 2021.
Introdução
Pacientes com suspeita de LTA, atendidos no Laboratório de Pesquisa Clínica e Vigilância em Leishmanioses (LaPClinVigiLeish/INI/FIOCRU/RJ), seguem um protocolo de rotina de exames.
Objetivo(s)
Descrever a resposta humoral de IgG específica no soro de pacientes de LTA atendidos nos anos de 2020 e 2021, no momento do diagnóstico, no tratamento e durante o controle de cura clínica.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo retrospectivo de diagnóstico e seguimento sorológico por ELISA in house com antígeno de L. (V.) braziliensis. Os resultados em unidade arbitrada (UA) representam a razão entre a densidade ótica de cada amostra e o cut off das reações. Foram considerados casos de LTA os que possuíam resultado positivo ao menos em um exame parasitológico (cultura, exame direto e histopatológico) ou PCR. Considerando os dias de coletas de sangue no diagnóstico como dia zero (D0) e o início do tratamento como dia um (D1), avaliamos resultados de ELISA nos dias D0; D1 a D20, D45 (+7 dias); D90 (±14 dias); D180 (±14 dias); D200 a D360 e D>365. Amostras de atendidos na mesma rotina, no mesmo período, diagnosticados com outros agravos foram considerados grupo controle (C) do ELISA.
Resultados e Conclusão
Amostras de 66 pacientes com LTA e de 129 controles foram avaliadas. No grupo LTA, 57 eram de LC e 9 de LCM. A média das intensidades das reações em UA, no grupo LC, nos dias analisados foram D0=2,446(±1,320); D1-D20=2,695(±1,413); D45=2,518(±1,879); D90=2,389(±1,042); D180=1,787(±0,837); D200-D360=1,778(±1,139); D>365=1,968(±1,142). Diferenças de UA com significância estatística no teste Mann-Whitney foram verificadas nos dias D0 comparado ao D200-360 (p=0,003 IC=95%), D1-D20 comparado ao D180 (p=0,012 IC=95%) e ao D200-360 (p<0,001 IC=95%). Quando do diagnóstico (D0), a sensibilidade foi de 92,8% (52/56). A reatividade foi de 90,6% (40/45) no D1- D20, chegando a 50% (21/42) no D200-D360. No grupo LCM, as médias de UA foram, nos dias D0=2,536(±0,695); D1-D20=5,701(±4,382); D45=1,954(±0,531); D90=4,649(±2,447); D180=3,548 (±1,215); D200-D360=4,981 (±3,215). Neste grupo as amostras foram 100% reatoras em todas as coletas. O grupo C teve especificidade de 89,9%. Foi demonstrada a presença de IgG sérica específica na LCM e na LC no período analisado. A persistência de reatividade em alguns casos, bem como a rápida redução em outros devem ser melhor investigadas, entre outras razões, para um melhor uso desta metodologia como ferramenta auxiliar no controle durante e pós-tratamento.
Palavras-chave
leishmaniose tegumentar, LC, LCM
Área
Eixo 06 | Protozooses
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Eliame Mouta-Confort, Andreia Alves Marcolino, Luciana Freitas de Campos Miranda, Andreza Pain Marcelino, Aline Fagundes da Silva, Marcelo Rosandiski Lyra, Cláudia Maria Valete Rosalino, Adriana Mayrink, Maria Inês Fernandes Pimentel