57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Acompanhamento sorológico por ELISA da resposta de IgG em pacientes com diagnóstico de leishmaniose tegumentar americana atendidos no INI/FIOCRUZ/RJ no período de 2020 e 2021.

Introdução

Pacientes com suspeita de LTA, atendidos no Laboratório de Pesquisa Clínica e Vigilância em Leishmanioses (LaPClinVigiLeish/INI/FIOCRU/RJ), seguem um protocolo de rotina de exames.

Objetivo(s)

Descrever a resposta humoral de IgG específica no soro de pacientes de LTA atendidos nos anos de 2020 e 2021, no momento do diagnóstico, no tratamento e durante o controle de cura clínica.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo retrospectivo de diagnóstico e seguimento sorológico por ELISA in house com antígeno de L. (V.) braziliensis. Os resultados em unidade arbitrada (UA) representam a razão entre a densidade ótica de cada amostra e o cut off das reações. Foram considerados casos de LTA os que possuíam resultado positivo ao menos em um exame parasitológico (cultura, exame direto e histopatológico) ou PCR. Considerando os dias de coletas de sangue no diagnóstico como dia zero (D0) e o início do tratamento como dia um (D1), avaliamos resultados de ELISA nos dias D0; D1 a D20, D45 (+7 dias); D90 (±14 dias); D180 (±14 dias); D200 a D360 e D>365. Amostras de atendidos na mesma rotina, no mesmo período, diagnosticados com outros agravos foram considerados grupo controle (C) do ELISA.

Resultados e Conclusão

Amostras de 66 pacientes com LTA e de 129 controles foram avaliadas. No grupo LTA, 57 eram de LC e 9 de LCM. A média das intensidades das reações em UA, no grupo LC, nos dias analisados foram D0=2,446(±1,320); D1-D20=2,695(±1,413); D45=2,518(±1,879); D90=2,389(±1,042); D180=1,787(±0,837); D200-D360=1,778(±1,139); D>365=1,968(±1,142). Diferenças de UA com significância estatística no teste Mann-Whitney foram verificadas nos dias D0 comparado ao D200-360 (p=0,003 IC=95%), D1-D20 comparado ao D180 (p=0,012 IC=95%) e ao D200-360 (p<0,001 IC=95%). Quando do diagnóstico (D0), a sensibilidade foi de 92,8% (52/56). A reatividade foi de 90,6% (40/45) no D1- D20, chegando a 50% (21/42) no D200-D360. No grupo LCM, as médias de UA foram, nos dias D0=2,536(±0,695); D1-D20=5,701(±4,382); D45=1,954(±0,531); D90=4,649(±2,447); D180=3,548 (±1,215); D200-D360=4,981 (±3,215). Neste grupo as amostras foram 100% reatoras em todas as coletas. O grupo C teve especificidade de 89,9%. Foi demonstrada a presença de IgG sérica específica na LCM e na LC no período analisado. A persistência de reatividade em alguns casos, bem como a rápida redução em outros devem ser melhor investigadas, entre outras razões, para um melhor uso desta metodologia como ferramenta auxiliar no controle durante e pós-tratamento.

Palavras-chave

leishmaniose tegumentar, LC, LCM

Área

Eixo 06 | Protozooses

Autores

Eliame Mouta-Confort, Andreia Alves Marcolino, Luciana Freitas de Campos Miranda, Andreza Pain Marcelino, Aline Fagundes da Silva, Marcelo Rosandiski Lyra, Cláudia Maria Valete Rosalino, Adriana Mayrink, Maria Inês Fernandes Pimentel