Dados do Trabalho

Título

Miocardite na COVID-19: Um relato de caso em paciente jovem.

Objetivos(s)

Descrever o caso de um paciente jovem com diagnóstico confirmado de COVID-19 e Miocardite.

Relato do Caso

Paciente do sexo masculino, 19 anos, natural de Tucuruí-PA e residente da cidade de Belém-PA, procurou atendimento médico com queixa de dor em pontada paraesternal, com piora com as ventilações e em decúbito horizontal e melhora com a posição inclinada para frente, tendo episódios com aumento de intensidade no período da noite. Como sintomas associados apresentava dispneia e taquicardia. Refere que os sintomas tiveram início a 2 dias.
Na avaliação inicial, foi realizado eletrocardiograma, enzimas de lesão miocárdica, hemograma, tc de tórax, urina EAS, sendo que o eletrocardiograma apresentou supradesnivelmento de ST de forma difusa e enzimas de lesão miocárdica aumentadas, solicitanto internação imediata para avaliação ecocardiográfica, o qual, entretanto, não apresentou alteração. Sendo posteriormente solicitado Ressonância Magnética Cardíaca, a qual apresentou lesão miocárdica e fração de ejeção de 53%.
Paciente ficou uma semana internado em uso de corticoide, IECA e betabloqueador, mantendo tratamento de IECA e betabloqueador, associado a restrição de atividade física durante 6 meses. No término do tratamento foi realizado teste ergométrico, Holter 24 horas e RNM cardíaca, sendo que os dois primeiros não apresentaram alterações e a RNM cardíaca revelou ausência de lesões cicatriciais no miocárdio e fração de ejeção de 63%.

Conclusão

Desse modo, o caso é relevante pois a miocardite em pacientes de faixas etárias jovens e sem comorbidades não é comum, tornando necessária a investigação de quais fatores possam estar envolvidos na gênese da miocardite nos pacientes acometidos. Outro dado relevante é terapia conservadora utilizada nos tratamentos da miocardite com IECA e betabloqueadores associada restrições físicas que culminou com o sucesso do tratamento e com a prevenção de lesões miocárdicas, comprovada na ressonância magnética. Assim, fica evidente a necessidade de mais estudos a cerca da infeção por COVID-19 e suas repercussões cardiovasculares.