Dados do Trabalho

Título

ACIDENTES POR PEIXES E OUTROS ANIMAIS PEÇONHENTOS EM COMUNIDADES DE PESCADORES NO LITORAL DO PARANÁ

Introdução

A região do Litoral do Paraná possui várias comunidades pesqueiras e importante fluxo turístico. Os acidentes por animais peçonhentos e entre eles os peixes, podem ser um importante agravo relacionado ao trabalho nos profissionais da pesca. A frequência de envenenamentos causados por acidentes na manipulação de pescados e a morbidade causada por estes, não é evidenciada nos sistemas de notificação dos serviços de saúde dos municípios do litoral do Paraná

Objetivo(s)

Conhecer a frequência de acidentes causados por peixes e outros animais peçonhentos em pescadores das comunidades de pescadores do litoral do Paraná.

Material e Métodos

Estudo descritivo através de questionário padronizado, aplicado nas comunidades pesqueiras de Matinhos, Pontal do Paraná e Paranaguá, de julho a novembro de 2019.

Resultados e Conclusão

Foram entrevistados 271 pescadores, destes 76% (n=206) já sofreram acidentes com bagres, 22,5% (n=61) com arraias e 9,2% (n=25) com outros peixes, enquanto que acidentes com abelhas foram 36,2% (n=98), com cobras 2,6% (n=7), aranhas 12,5% (n=34) e nenhum acidente com escorpiões. Os acidentes que demandaram maior frequência de atendimento médico foram com serpentes (100%), seguido de com arraias (45,9%), aranhas (35,3), bagres (29,6%), Outros peixes (20%). Os tratamentos caseiros foram aplicados principalmente em acidentes com bagres (65,5%), aranhas (61,8%), abelhas (46,9%), outros peixes (44%), arraias (41%), não houve relatos de tratamentos caseiros em acidentes por serpentes. Afastamentos ao trabalho ocorreram na maioria dos tipos de acidentes, sendo de 71,4% com cobras, 54,1% com arraias, 28,6% com bagres, aranhas e outros peixes com 20% ambas, e 1 % com abelhas. Os acidentes com cobra (40%), bagre (8,5%) e arraia (3%) resultaram em mais de 30 dias de afastamento do trabalho. Os acidentes com peixes peçonhentos são mais frequente que os acidentes por outros animais em populações pesqueiras devido ao risco ocupacional. Esses acidentes demandam atenção médica e a frequência elevada de tratamentos caseiros pode indicar desconhecimento dos riscos pela população. Aprimorar a vigilância desses agravos, principalmente os acidentes por peixes peçonhentos, através da sensibilização das comunidades de pescadores e da rede de saúde para notificação dos casos, identificar os fatores de risco e identificar as espécies causadoras dos acidentes são ações para auxiliar a reduzir a morbidade desses acidentes.

Palavras-chave

Peixes peçonhentos, Bagres, Arraias, Acidentes, Litoral do Paraná.