Dados do Trabalho

Título

SURTO DE COVID-19 EM UM ABRIGO PARA MORADORES DE RUA EM UM MUNICIPIO DA BAHIA

Introdução

Em 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou situação de Emergência em Saúde Pública (ESP) após a disseminação global do SARS-CoV-2. A Covid-19 atingiu a população geral, no entanto, os grupos que vivem em condições de vulnerabilidade social foram os mais atingidos. No contexto brasileiro, a população em situação de rua, foi duplamente afetada, uma vez que já vivem em condições de vulnerabilidade.

Objetivo(s)

Descrever as características clínicas, epidemiológicas e genômicas da Covid-19 em uma população de moradores de rua.

Material e Métodos

Trata-se de um relato de investigação de surto de Covid-9 em um abrigo para população de rua em Feira de Santana-Bahia, no período de maio a junho de 2021. O abrigo atende 134 indivíduos do sexo masculino que vivem em situação de rua e/ou dependentes químicos, com faixa etária de 12 a 63 anos. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário estruturado contendo as variáveis sociodemograficas e clínicas. Foram utilizados dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), Laboratório Central da Bahia (LACEN-BA). Foram coletadas amostras de Swab de orofaringe (RT-PCR) e encaminhados para o LACEN. As amostras positivas foram submetidas ao sequenciamento genético. A pesquisa foi autorizada pelo Comitê de Ética em Pesquisa.

Resultados e Conclusão

Inicialmente foram confirmados 2 casos de Covid-19, em seguida foram coletadas 123 amostras (RT-PCR), sendo 62 (50,4%) sintomáticos (sintomas leves) e 61 (49,6%) assintomáticos. Deste total, 104 (84,5%) foram detectáveis e 19 (15,55) não detectáveis. O sequenciamento genético do vírus foi realizado em 18 amostras sendo confirmado a linhagem da Variante Gama (P1). O monitoramento confirmou que 49,5% dos casos permaneceram assintomáticos, 01 caso necessitou de atendimento hospitalar e todos evoluíram para cura. Durante a investigação observou-se que alguns pacientes não faziam uso da máscara ou faziam de forma inapropriada, além de dormirem em quartos coletivos. Conclui-se que o surto no abrigo foi pela variante Gama- Brasil (P1), evidenciado através do sequenciamento genético do vírus. A hipótese mais provável da ocorrência do surto foi através de um familiar sintomático que testou positivo e que visitou um dos internos que convivem no mesmo ambiente. A notificação e investigação imediata dos casos suspeitos favoreceu a mitigação do surto e o controle da doença. A situação de vulnerabilidade da população de rua os expõe a ao risco de contaminação.

Palavras-chave

Surto, Covid-19, População de rua;

Área

Eixo 09 | COVID-19