Dados do Trabalho
Título
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ACIDENTES CAUSADOS POR PEIXES PEÇONHENTOS NO PARANÁ
Introdução
Os acidentes causados por peixes peçonhentos podem resultar em ferimentos profundos e provocam importante efeito local caracterizado principalmente por eritema, edema e necrose, cuja dor é desproporcional à lesão.
É um agravo relacionado à saúde do trabalhador, podendo deixar a vítima afastada do trabalho por semanas ou meses, além de produzir importantes sequelas. Os acidentes por peixes peçonhentos devem ser notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN e o Programa de Vigilância de Acidentes por Animais Peçonhentos da Secretaria de Saúde do Paraná realiza o monitoramento deste agravo visando a melhoria da atenção às populações expostas.
Objetivo(s)
Conhecer o perfil epidemiológico dos acidentes causados por peixes peçonhentos no Paraná.
Material e Métodos
Um estudo descritivo retrospectivo foi conduzido para traçar o perfil epidemiológico dos acidentes causados por peixes peçonhentos no Paraná, notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN, no período de 2007 a 2016.
Resultados e Conclusão
Os municípios que mais notificaram acidentes com peixes peçonhentos estão na costa leste, na Regional de Saúde (RS) de Paranaguá; e na costa oeste nos municípios lindeiros ao lago da Usina de Itaipu nas RS Foz do Iguaçu, Umuarama, Paranavaí e Toledo. No período estudado foram notificados 164 acidentes causados por arraias 81,1% (n=113), bagres 24,4% (n=49) e peixe pedra 5,5% (n=2), que corresponderam a 19,3% do total de animais aquáticos (n=848) causadores de acidentes. A parte do corpo mais afetada foi a mão 35,3 % (n=18) nos casos com bagres, e os pés (64,9%, n=74) nos casos com as arraias. Quanto à ocupação nos acidentes com arraias “Outros Profissionais” foram os mais atingidos em 44,2% (n=50) dos casos e o “Profissional da Pesca” em somente 15% (n=17). Somente 17,6% (n=9) dos casos com bagres, peixes e peixe-pedra ocorreram com o “Profissional da pesca”. Os principais sintomas nos casos de arraias foram dor em 96,5% (n=110) e edema em 71,1% (n=81), e nos casos com bagres dor em 88,2% (n=45) e edema em 62,7% (n=32). Estes resultados sugerem a necessidade da implantação de estratégias para a vigilância ativa de acidentes por peixes peçonhentos, visando melhorar a notificação dos casos no SINAN e a obtenção de maior número de dados epidemiológicos dos acidentes, principalmente nos municípios da costa leste (litoral) e da costa oeste, lindeiros ao lago de Itaipu.
Palavras-chave
Epidemiologia, peçonhentos, veneno de peixes, bagre, arraia.
Área
Eixo 03 | Acidentes por animais peçonhentos
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
EMANUEL MARQUES-DA-SILVA