57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ACIDENTES CAUSADOS POR PEIXES PEÇONHENTOS NO PARANÁ

Introdução

Os acidentes causados por peixes peçonhentos podem resultar em ferimentos profundos e provocam importante efeito local caracterizado principalmente por eritema, edema e necrose, cuja dor é desproporcional à lesão.
É um agravo relacionado à saúde do trabalhador, podendo deixar a vítima afastada do trabalho por semanas ou meses, além de produzir importantes sequelas. Os acidentes por peixes peçonhentos devem ser notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN e o Programa de Vigilância de Acidentes por Animais Peçonhentos da Secretaria de Saúde do Paraná realiza o monitoramento deste agravo visando a melhoria da atenção às populações expostas.

Objetivo(s)

Conhecer o perfil epidemiológico dos acidentes causados por peixes peçonhentos no Paraná.

Material e Métodos

Um estudo descritivo retrospectivo foi conduzido para traçar o perfil epidemiológico dos acidentes causados por peixes peçonhentos no Paraná, notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN, no período de 2007 a 2016.

Resultados e Conclusão

Os municípios que mais notificaram acidentes com peixes peçonhentos estão na costa leste, na Regional de Saúde (RS) de Paranaguá; e na costa oeste nos municípios lindeiros ao lago da Usina de Itaipu nas RS Foz do Iguaçu, Umuarama, Paranavaí e Toledo. No período estudado foram notificados 164 acidentes causados por arraias 81,1% (n=113), bagres 24,4% (n=49) e peixe pedra 5,5% (n=2), que corresponderam a 19,3% do total de animais aquáticos (n=848) causadores de acidentes. A parte do corpo mais afetada foi a mão 35,3 % (n=18) nos casos com bagres, e os pés (64,9%, n=74) nos casos com as arraias. Quanto à ocupação nos acidentes com arraias “Outros Profissionais” foram os mais atingidos em 44,2% (n=50) dos casos e o “Profissional da Pesca” em somente 15% (n=17). Somente 17,6% (n=9) dos casos com bagres, peixes e peixe-pedra ocorreram com o “Profissional da pesca”. Os principais sintomas nos casos de arraias foram dor em 96,5% (n=110) e edema em 71,1% (n=81), e nos casos com bagres dor em 88,2% (n=45) e edema em 62,7% (n=32). Estes resultados sugerem a necessidade da implantação de estratégias para a vigilância ativa de acidentes por peixes peçonhentos, visando melhorar a notificação dos casos no SINAN e a obtenção de maior número de dados epidemiológicos dos acidentes, principalmente nos municípios da costa leste (litoral) e da costa oeste, lindeiros ao lago de Itaipu.

Palavras-chave

Epidemiologia, peçonhentos, veneno de peixes, bagre, arraia.

Área

Eixo 03 | Acidentes por animais peçonhentos

Autores

EMANUEL MARQUES-DA-SILVA