Dados do Trabalho
Título
Alterações cardiológicas tardias em pacientes recuperados pós-hospitalização por COVID-19 em Manaus
Introdução
As manifestações cardíacas na COVID-19 mais frequentes são inflamação miocárdica/pericárdica, arritmias, insuficiência cardíaca e morte súbita, podendo ocorrer tanto na fase aguda quanto tardiamente. Estudos apontam que indivíduos diagnosticados com COVID-19 relatam queixas de sintomas cardíacos por semanas após a alta, com evidências de anormalidades cardíacas estruturais e funcionais ao diagnóstico.
Objetivo(s)
Avaliar o envolvimento cardíaco tardio, estimar a frequência de alterações cardíacas e descrever seus achados eletrocardiográficos de pacientes recuperados de COVID-19.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo transversal descritivo, com pacientes que foram hospitalizados por COVID-19 no Hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz e que participaram do estudo MetCovid (Ensaio clínico randomizado que avaliou a Metilprednisolona como terapia adjuvante em pacientes com Covid, em 2020, na mesma instituição). O estudo recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, onde foram realizadas as consultas de avaliação. Os indivíduos participaram voluntariamente, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e comparecendo à FMT-HVD para avaliação, onde foi aplicado um questionário de características socio-demográficas e clínicas, coleta de sangue para exames laboratoriais e eletrocardiograma. As variáveis foram relatadas em forma de frequência (% e IC 95%).
Resultados e Conclusão
Foram avaliados 25 indivíduos, predominando o sexo feminino (52,9%) e raça autodeclarada parda (67%), com idade média de 54 anos. Quanto aos sintomas clínicos cardiológicos relatados com mais frequência, destacaram-se: taquicardia (27,8%), dor torácica (16,7%) e insuficiência cardíaca (11,1%). Nos achados eletrocardiográficos, destacaram-se: bloqueio de ramo (8,3%), bradicardia (4,1%), desvio de eixo (4,1%) e hemibloqueio (4,1%). Quanto ao histórico cardiológico dos indivíduos pré-covid, 10 eram hipertensos e 3 apresentaram taquicardia sinusal prévia. 1 indivíduo apresentou infarto agudo durante a internação.
Conclusão: Apesar da taquicardia ser uma queixa frequente dos participantes, os distúrbios de condução elétrica de baixa frequência foram os mais evidenciados. O bloqueio de ramo pode levar a bradicardia e consequentemente limitar as atividades funcionais dos indivíduos, levando a tonturas, síncopes e, em casos mais graves, confusão mental, devido ao aporte sanguíneo insuficiente no cérebro.
Palavras-chave
COVID-19, Sars-CoV-2, cardiopatia, eletrocardiograma, sequelas cardiológicas
Área
Eixo 09 | COVID-19
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Jefferson Silva Valente, Arlene Santos Pinto, Alex Bezerra Silva Maciel, Camila Miriam Suemi Sato Barros Amaral, Jady Shayenne Mota Cordeiro, Aristóteles Comte Alencar Filho, Ernandes Reis Borges Junior, Barbara Aparecida Chaves, Fernando Val, Vanderson Sampaio, Marcus Lacerda