Dados do Trabalho

Título

Análise temporal do perfil epidemiológico da sífilis gestacional primária no estado do Pará de 2012 a 2021.

Introdução

A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível capaz de ser transmitida verticalmente, sendo classificada como primária quando está no primeiro estágio após o contágio. Apesar dos avanços sobre prevenção e tratamento da sífilis, ainda há acometimento significativo de gestantes e desfechos desfavoráveis evitáveis com a detecção precoce e manejo adequado.

Objetivo(s)

Descrever o comportamento do perfil epidemiológico da sífilis gestacional primária no estado do Pará durante o período de 2012 a 2021.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo transversal, descritivo e quantitativo, utilizando dados epidemiológicos disponíveis de gestantes diagnosticadas com sífilis gestacional primária de 2012 a 2021, no estado do Pará, disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).

Resultados e Conclusão

Observou-se 6.937 casos de sífilis gestacional primária, com maior registro nos anos de 2018, 2019 e 2020 que juntos somam cerca de 40% do total, enquanto no ano de 2010 houve 3 casos e em 2011 foram 25. Sobre o nível de escolaridade, 38,5% não possuíam ensino fundamental completo e os que possuíam somavam 8%. Esse padrão se manteve durante todo o período analisado, com exceção de 2018 em que o número de casos se concentrou no ensino médio completo, com 190 gestantes (20%). Quanto à raça, em todos os anos houve prevalência da parda com 5.723 casos, correspondendo a 82% dos casos, enquanto as raças branca e preta somaram 13%, e, por último, as raças amarela e indígena apresentaram pouco mais de 1%. Ademais, de 2012 a 2021, os casos concentraram-se progressivamente em adultas jovens, sendo 4.649 (67%) mulheres de 20 a 39 anos, seguido de adolescentes de 15 a 19 anos com 2.080 casos (30%), sendo um achado constante nos anos analisados. Durante os últimos 10 anos, notou-se que a sífilis gestacional primária acometeu principalmente mulheres com menor grau de escolaridade, sendo a maioria com ensino fundamental incompleto, da raça parda e com idade entre 20 a 39 anos. No período analisado esse perfil epidemiológico se manteve constante, com exceção da variável escolaridade, em que no ano de 2018 houve a prevalência em gestantes com ensino médio completo. Vale salientar, que a incidência da sífilis teve crescimento progressivo no período, apesar dos esforços relacionados ao combate à transmissão, à educação sexual e à conscientização acerca da realização do pré-natal.

Palavras-chave

Sífilis, gravidez, perfil epidemiológico.