57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

PADRÃO ESPACIAL DA DENGUE NO ESTADO DE PERNAMBUCO ANTES E APÓS À COVID-19 (2019-2021)

Introdução

Estudos demonstram que após a epidemia de Zika Vírus (ZIKV) nas Américas em 2016, a incidência da dengue e ZIKV caíram para mínimos valores nos dois anos subsequentes (2017 e 2018), ressurgindo em 2019 (BRITO ET AL, 2021).

Objetivo(s)

O presente estudo buscou analisar o padrão espacial dos casos prováveis de dengue segundo as Mesorregiões de Saúde no Estado de Pernambuco (Agreste, Sertão, Região Metropolitana do Recife e Vale do São Francisco/Araripe) para o período de 2019-2021.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo ecológico descritivo, realizado a partir dos dados coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizado pelo Ministério da Saúde. Utilizou-se casos prováveis de dengue, autóctones, segundo município de residência e o mês de início dos sintomas. Para a construção das estimativas de Kernel, os casos prováveis foram agrupados por trimestre, para cada ano. Os dados cartográficos foram coletados do IBGE e utilizou-se o sistema de informações geográfica QGIS (versão 3.18). Os centróides foram gerados a partir dos arquivos shapefiles dos municípios, sendo atribuído o número de casos prováveis de dengue. Buscou-se identificar as áreas quentes com as maiores densidades de casos prováveis detectados em uma abrangência de 100 quilômetros de raio de busca.

Resultados e Conclusão

A partir das estimativas de Kernel, foi possível observar pontos quentes durante o primeiro e segundo trimestres (1º. TRI e 2º. TRI) de 2019 na Macrorregião de Saúde de Recife (MR) e de intensidade moderada no interior do Estado. O 1º TRI de 2020 apresentou pontos quentes ainda na Macrorregião do Recife (MR) e este padrão espacial foi observado em todos os trimestres analisados, exceto para o 2º. TRI de 2020, em que o ponto de forte intensidade de casos (2458 casos/100 km) ocorreu na Macrorregião do Vale do São Francisco/Araripe, excedendo a intensidade de 1844/100 km medida para a MR, neste mesmo trimestre e ano. Os quatro trimestres de 2021 apresentaram pontos quentes situados na MR. É possível que este padrão espacial coincidiu com a interiorização da COVID-19 e que casos tenham sido subnotificados. A identificação de hotspots (pontos quentes) pode ser uma estratégia para planejar e coordenar planos operativos de vigilância e atenção à saúde considerando grande extensão territorial e em um cenário de distintas doenças sob risco concomitante.

Palavras-chave

Analise espacial; Estimativa de Densidade Kernel; Dengue

Área

Eixo 08 | Arboviroses

Autores

Tatiane Fernandes Portal Lima, Walter Massa Ramalho, Henry Maia Peixoto, Rafael Faria da Silva, Thatiana Marques Barreto, Maryane Oliveira Campos, Lúcia Rolim Santana de Freitas, Emerson Luiz Lima Araújo