57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

PERFIL IMUNO-HISTOQUÍMICO DE ÓBITOS NÃO ESCLARECIDOS ANALISADOS NO CENTRO DE PATOLOGIA DO INSTITUTO ADOLFO LUTZ, SÃO PAULO - BIENIO 2020-2021

Introdução

A vigilância laboratorial de doenças infecciosas emergentes e reemergentes merece especial atenção, em razão da facilidade e rapidez de sua disseminação entre a população, com alta probabilidade de ocorrência de epidemias associadas à elevada morbidade e mortalidade. No Brasil, a grande maioria das moléstias infecto-contagiosas, que podem levar a óbito, apresentam quadros clínicos semelhantes e geralmente estão relacionados a síndromes febris hemorrágicas (SFIHA) ou respiratórias (SRAG).

Objetivo(s)

Demonstrar a contribuição da imuno-histoquímica na elucidação de casos de óbitos não esclarecidos, encaminhados por Serviços de Verificação de Óbitos (SVO), com base na vigilância sindrômica, recebidos pelo Centro de Patologia do Instituto Adolfo Lutz (CPA-IAL), no biênio 2020-2021.

Material e Métodos

Foram estudados 279 casos de óbitos recebidos no CPA-IAL entre janeiro de 2020 a dezembro de 2021, submetidos a ensaio imuno-histoquímico com painel de anticorpos (policlonais e monoclonais), selecionados a partir de exame histopatológico inicial (hematoxilina-eosina).

Resultados e Conclusão

Em 86 óbitos foram encontradas imuno-positividades para: SARS-CoV-2 (21), Leptospira sp (19), vírus Influenza A (13), vírus Dengue (11), Micobacterium sp (7), Rickettsia sp (4), infecções fúngicas (2), Toxoplasma gondii (1), Arenavírus-vírus Sabiá (1) e neoplasias malignas (6).
Conclusão: Apesar da redução do número de amostras destinadas a exames anatomo-patológicos, devido à interrupção de funcionamento de grande parte dos SVOs em virtude da pandemia de COVID-19, em 80 casos de óbitos (29% do total investigado) foi possível detectar etiologia infecciosa em lesões teciduais e em seis (2% dos casos estudados) foram detectadas lesões neoplásicas malignas. A amostragem colhida segundo protocolo de autópsia minimamente invasiva guiada por ultrassonografia demonstrou aplicabilidade à pesquisa imuno-histoquímica de antígenos infecciosos diversos, presentes em lesões teciduais, além de proporcionar avanços em estudos sobre a imunopatologia da COVID-19. Os presentes achados reforçam a importância do constante aprimoramento de protocolos técnicos que, em conjunto com a imuno-histoquímica e sem necessidade de equipamentos de alta tecnologia, beneficia sobremaneira a conclusão do diagnóstico anatomo-patológico.

Palavras-chave

doenças infecciosas emergentes e reemergentes; óbitos; anatomia patológica; imuno-histoquímica.

Área

Eixo 14 | Outros

Autores

Cristina Takami Kanamura, Silvia D'Andretta Iglezias, Amaro Nunes Duarte Neto, Cinthya Cirqueira Borges, Cesar Cilento Ponce, Tomas Zecchini Barrese, Thais de Souza Lima, Rodrigo Albergaria Ressio, Silvana Mello Pereira da Silva, Paloma Almeida Venancio Martins, Aparecida Andrade Pereira